As cheias são um problema ou uma oportunidade?
E se as cheias passassem de um problema a um momento de atractividade com muito potencial? Esta é a premissa defendida por Simão Lima, estudante de Mestrado em Arquitectura na Universidade do Minho.
“O espaço urbano e as dinâmicas de um rio: o caso da Vila de Caldas das Taipas” é o tema da tese de mestrado do estudante e residente nesta vila que há vários anos é fustigada por este fenómeno natural.
O convidado desta semana do UM I&D, enumera os três princípios chave deste estudo, em que obteve a classificação de 18 valores.
“Primeiro devemos proteger os edifícios que são usualmente afectados pelas cheias. Em segundo, estabelecer percursos que incitem à circulação das pessoas pela margem ribeirinha. Por último, estabelecer programas e estruturas aglutinadas ao percurso, de modo a impulsionar os cidadãos a percorrer o percurso em caso de cheia”, sustenta.
O autor revela que este é um projecto que mexe não só com a morfologia do terreno, como com a mentalidade dos habitantes da Vila de Caldas das Taipas. Trata-se de algo totalmente contrário ao natural, visto que a ideia passa por percorrer “trilhos” em tempos de cheias.
“Na minha metodologia temos de subir a quota do terreno alguns centímetros, construir um muro de sustentação de terras e reabrir a Ribeira da Canhota que foi entubada”, refere.
Esta é uma opção em que, de acordo com o estudante, os cidadãos devem estar cientes que em caso de cheia “vão acolher o meio hídrico quando ele estiver no seu auge”.
Um projecto que acaba por ser mais dispendioso que a construção de bacias de retenção. Contudo, traz benefícios para a fauna e flora. “Na minha proposta está previsto a colocação de novas espécies de árvores e outras plantas nesta área”, acrescenta.
