“As grandes empresas aproveitaram para explorar os trabalhadores”

De Fevereiro para Março, de acordo com dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional, houve um aumento de 2.278 desempregados no distrito de Braga. Recorrendo a este número, a Direcção da Organização Regional de Braga (DORB) do PCP acusa várias empresas de estarem a explorar os seus trabalhadores, levando ao despedimento de funcionários com vínculos precários.

Para António Gonçalves, trata-se de “uma situação muito complicada” que tem “deixado algumas famílias com ausência total de rendimentos”. Além da questão da empregabilidade, o dirigente sindical refere que as empresas estão a obrigar os trabalhadores “a forçar férias e a forçar bancos de horas negativas”. 

“As grandes empresas aproveitaram para explorar ainda mais os trabalhadores”. Segundo a DORB, os atropelos aos direitos dos trabalhadores referidos pela delegação são verificados em empresas como a Continental Mabor ou a Bosch, que inclusivamente aderiram ao processo de layoff simplificado. 

Destacando que são entidades que tiveram “largos milhões de lucros crescentes nos últimos anos”, António Gonçalves considera que “não faz sentido aproveitaram-se” do mecanismo criado pelo Estado. “São empresas com milhões de lucros e estão a recorrer a este fundo social. Estas empresas têm dinheiro suficiente em tesouraria para pagar dois ou três meses [de salários]”, acrescenta.

De forma a combater estas alegadas irregularidades, o dirigente distrital considera que é necessário haver maior fiscalização por parte da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). 

António Gonçalves lembra que “o PCP fez pressão para que o Governo PS aprovasse o aumento de recursos humanos na ACT” na anterior legislatura, mas que agora é necessário “voltar a reforçar imediatamente” esta entidade. “Não param de cair queixas. Houve muitas queixas que não foram inspeccionadas”, alerta.