Associação de Sineiros de Portugal quer pôr os portugueses a tocar

Portugal é um dos países com uma das maiores riquezas de toques de sinos do mundo. Quem o diz é Carlos Jerónimo, engenheiro mecânico da fundição de sinos de Braga. A criação de uma associação visa preservar este património imaterial que está cada vez mais ameaçado, uma vez que a maioria dos sinos está automatizada.
A ambição de criar a Associação de Sineiros de Portugal, teve origem no congresso internacional “Paisagens Sonoras: Património, História, Territórios Artísticos e Arqueologia Sonora” que decorreu, em 2019, no santuário do Bom Jesus do Monte. Carlos Jerónimo, impulsionador do conceito frisa que é premente “dignificar a profissão de sineiro”.
“Queremos que uma vez por mês os sinos sejam tocados manualmente em cada paróquia”, declara.
Segundo o fabricante da cidade dos arcebispos, o país vizinho tem já um percurso maior, quando comparado com Portugal, na divulgação e preservação dos toques manuais. “O toque manual é do ponto de vista da tradição das comunidades um património que deve ser mantido para não desaparecer”, realça.
Outra das pretensões da associação passa por disponibilizar à população uma experiência diferente, por exemplo, na Torre Sineira do Bom Jesus do Monte. Devido à pandemia não foi ainda possível realizar o primeiro encontro nacional, que em princípio irá decorrer em Braga. Contudo a ideia deste grupo de 10 sineiros passa por apostar na experiência. “Nos sítios vamos ter uma estrutura, um camião, com sinos para que a população no geral possa experimentar tocar”, anuncia.
De realçar que dos 10 sineiros já inscritos na Associação de Sineiros de Portugal dois são da cidade dos arcebispos, mais concretamente, das freguesias de Arentim e Tibães.
*Por Vanessa Batista
