Associação defende “partilha de sacrifícios” com senhorios para proteger lojas de rua

Miguel Pina Martins, presidente da Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR), defendeu, esta terça-feira em entrevista à Edição da Tarde, que se aplique uma partilha de sacrifícios entre os proprietários das lojas e os senhorios, de forma a apoiar as empresas de retalho. O presidente da associação considera que o que está a acontecer ao fim de semana “é catastrófico”.
“Perdemos genericamente os dois melhores dias de vendas – que é o sábado e o domingo, por exemplo, nos centros comerciais – e não há qualquer tipo de apoio. Temos de pagar os salários, mas as pessoas não podem trabalhar. E nas lojas de rua tem de se pagar as rendas, mas as lojas nem sequer podem abrir. Precisamos realmente de uma partilha de sacrifícios”, disse Miguel Pina Martins.
O que pretendem é que seja aplicada uma redução dos valores das rendas em função da facturação das lojas, usando como comparação os valores obtidos em 2019. A medida já está em vigor nos centros comerciais desde a aprovação do Orçamento Suplementar, mas a associação defende que se deve encontrar uma forma de que este apoio chegue também às lojas de rua.
“No nosso entender, esta crise combate-se ao conseguirmos manter o emprego. Porque fica muito mais caro ao Estado se tiver que pagar os subsídios de desemprego. Precisamos por isso de apoiar as empresas que têm emprego. Por cada emprego que existe num senhorio, há 200 empregos dos arrendatários – quando falamos de centros comerciais”, sublinhou o presidente da AMRR.
Pina Martins acrescenta ainda que os partidos políticos estão neste momento a discutir várias propostas para serem incluídas no Orçamento do Estado para 2021. O presidente reforça ainda que o que estão a pedir “não é pago pelos contribuintes”.
SIC
