Atleta do FC Famalicão acusa clube de “abuso psicológico” e admite que pensou no suicídio

É um processo que se arrasta há quatro meses, mas que só agora foi tornado público. Janaína Queiroz Cavalcante, mais conhecida por Jana, está a tentar rescindir contrato com o FC Famalicão depois de sofrer “abuso psicológicos” por parte de responsáveis do clube.

De acordo com um vídeo publicado na sua conta de Instagram, em causa está uma situação interna “muito grave”. Sem querer revelar, para já, o conteúdo e a identidade das pessoas envolvidas, a internacional brasileira adianta que foi afastada do plantel principal, tendo sido inserida na equipa B.

“Fui julgada por ser uma pessoa verdadeira, depois de uma situação que aconteceu internamente. A equipa não me deu nenhum suporte. No meio desta confusão fui apunhalada pelas costas. As pessoas em quem confiava foram as que mais me prejudicaram”, conta.

Desde aí, refere, tem procurado “chegar a acordo” para a rescisão do contrato, válido até ao final da próxima época, mas, até ao momento, ainda não foi possível. 

Lesionada, Jana queixa-se de “não receber opinião médica do clube”

Ao que a RUM apurou, o motivo para o diferendo terá acontecido em outubro, uma semana antes de Jana se lesionar numa cartilagem do tornozelo. A jogadora continua a deslocar-se diariamente à academia do clube para fazer trabalho de fisioterapia. 

No entanto, queixa-se de não estar a ser devidamente informada em relação ao estado do problema físico e de ser “deixada de lado”. “Precisava de saber o grau da minha lesão, de procurar outros especialistas, para saber em que ponto estava a situação. Até hoje não recebi nenhuma opinião médica do clube sobre o que fazer”, detalha.

Perante o adensar da situação, Jana afirma que “não aguentava mais”, admitindo que “passou muitos dias a chorar e depressiva, ao ponto de querer tirar a vida”. 

Com uma primeira experiência no SC Braga, entre 2017 e 2020, a defesa regressou esta época ao futebol português para jogar no FC Famalicão. Até ao momento realizou três encontros, o último dos quais há quatro meses. 

Contactado pela RUM, o clube minhoto garante que está “a cumprir com todas as obrigações legais” e que “a lesão da atleta está a ser devidamente tratada, não tendo nada a acrescentar em relação às acusações da jogadora”.