“Aumento do preço da energia pode ser o princípio do colapso da competitividade das empresas”

A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) diz que o aumento dos preços da energia em Portugal pode representar o princípio do colapso da competitividade das empresas portuguesas, nomeadamente do setor industrial.

O presidente da estrutura, Ricardo Costa, adiantoou, em entrevista à RUM, que “grande parte das empresas, principalmente no setor industrial, têm manifestado uma enorme preocupação com o aumento do custo da energia, nomeadamente gás e eletricidade”. “No caso da eletricidade, temos empresas a pagar mais do dobro do que pagavam no início do ano e não conseguem fazer refletir estes aumentos no preço final de venda, sendo elas mesmas a absorver esses custos”, acrescentou.

O responsável considera que o aumento dos custos, “em alguns casos”, pode por em causa a sustentabilidade de algumas empresas. “Vários custos têm aumentado nos últimos meses, nomeadamente matérias-primas e transportes, e se juntarmos este aumento do custo da energia, o impacto nas empresas é enorme. Temos sentido que as empresas têm dificuldade em fazer refletir estes aumentos nos preços de venda aos seus clientes e isso pode colocar em causa algumas indústrias”, apontou. 

Ricardo Costa considera que o Governo “deve encontrar mecanismos junto da União Europeia, reduzir a carga fiscal sobre a energia e aplicar medidas concretas para que as empresas possam fazer a transição energética, que as leve a não estar tão dependentes da energia elétrica e do gás”. 

A Associação Empresarial do Minho vai lançar, em novembro, uma plataforma, “totalmente validada pela União Europeia”, que vai permitir às empresas perceber em que estado estão ao nível da descarbonização e o que têm de fazer para atingir as metas. Segundo Ricardo Costa, “as empresas têm dificuldade em perceber onde estão e qual o caminho que têm que trilha”.