Autarca de S.Victor alerta para condutas de água nas Sete Fontes; CMB garante que estão protegidas

A Câmara de Braga garante que as condutas de água que passam na unidade de execução 4 do Plano Urbanístico (PU) das Sete Fontes, que foi apreciada na última Assembleia Municipal, estão protegidas.
O esclarecimento surge depois da intervenção do presidente da Junta de S. Victor que alertou para a existência de condutas de água, tendo por base o documento disponibilizado pela autarquia, para conhecimento, a partir do qual “não se percebe se vai haver alguma interferência no solo”.
O autarca local lembra que a construção está prevista para “uma zona de alta sensibilidade não só ambiental, mas sobretudo arqueológica”. O Relatório de análise e ponderação das participações recebidas no período de discussão pública a aprovação definitiva da Unidade de Execução 4 do PU das Sete Fontes, adiantou Ricardo Silva, não permite “perceber exatamente como é que reagem os lençóis de água e qual é a capacidade hídrica daquela zona”. “Preocupa-nos, efetivamente, que se deixe ali construir e que neste descritivo se proíbam algumas escavações, mas que não se perceba exatamente se efetivamente não vai haver nenhuma interferência no solo, sobretudo se não vai afetar aquilo que nós não vemos à superfície porque está enterrado”, apontou.
Contactado pela RUM, o vereador do Urbanismo, Gestão e Ordenamento do Território, João Rodrigues, esclareceu que “relativamente à unidade de execução que foi à Assembleia Municipal, de facto, uma parte das condutas do complexo das Sete Fontes, passam nessa unidade de execução”. “Como é óbvio, estão protegidas, estão identificadas e tudo o que ali se vier a fazer vai ter em conta isso”, assegurou.
João Rodrigues lembra que “as Sete Fontes são hoje um monumento nacional graças a esta força política (PSD/CDS-PP”. Além disso, segundo o vereador, Ricardo Silva ter-se-á referido “a uma outra unidade de execução, que nada tinha a haver com o que foi discutido na Assembleia Municipal, e que não é atravessada por nenhuma linha de água relacionada com as Sete Fontes”. “Foi delimitada há mais de dois anos, tem alvará de loteamento e já tem a possibilidade de construção”, tendo por base “estudos hidrológicos feitos pela UMinho”.
Ricardo Silva referiu ainda que o documento não esclarece “a questão do acompanhamento arqueológico, sabendo que os próprios estudos arqueológicos do professor Luís Fontes diziam que aquela zona tem afetações desde a zona do bronze final ou do início do ferro até à Idade Média”. “Aqui, não parece estar plasmado, que tipo de acompanhamentos e intervenções arqueológicas os promotores estão sujeitos”, finalizou. “Não é expectável que se prevejam esse tipo de trabalhos com minúcia numa delimitação de uma unidade de execução, foi o que a Câmara não fez, porque não tinha que fazer nesta fase”, informou João Rodrigues.
O vereador reitera que a Câmara Municipal é “a primeira a querer proteger as Sete Fontes”, garantindo que “tudo o que venha a ser feito nas Sete Fontes protege o monumento, impulsiona a criação do Ecoparque e vai ao encontro do que é o interesse público”.
Quanto aos trabalhos arqueológicos, “quando houver necessidade de serem feitos vão ser feitos e tudo o que tiver que ser assegurado vai ser assegurado”, finalizou.
