Autárquicas. Carlos Neves sugere primárias para escolha de candidatos

As eleições autárquicas em Braga foram tema de debate no programa Praça do Município deste fim-de-semana. João Granja afirmou que a coligação de direita vai vencer de forma tranquila, Carlos Neves assumiu que os problemas internos do CDS levantam várias questões e Jorge Cruz assumiu, também, que os socialistas continuam com problemas internos por resolver.
O anúncio oficial da saída da centrista Lídia Dias levanta questões quanto ao número ‘2’ do CDS liderado por Altino Bessa. Carlos Neves sugere a realização das primárias, tal como nos EUA, para resolver problemas deste género. “Atendendo às várias vicissitudes dos partidos, não só do CDS onde milito, e que vejo com preocupação, mas também o próprio Partido Socialista, não é normal que a palavra final de Lisboa para Braga seja em total discordância da estrutura local. Sendo certo que em capitais de distrito as direções nacionais têm sempre a última palavra, não é normal”, argumenta. Por isso, defende que “as primárias talvez sejam bem mais interessantes do que se fazerem sondagens ou estudos de opinião”. Neves diz-se também “preocupado” com o facto de se estarem a discutir nomes e não ideias concretas para Braga.
O comentador elogia também o papel que tem sido desempenhado pela atual maioria que governa a câmara. “Tem-se diferenciado (a coligação Juntos por Braga) porque tem uma ideia concreta para Braga. Nestes quase oito anos, o debate tem ficado prejudicado porque a atual oposição não tem manifestado ideias bem consolidadas do que é o seu projeto para a cidade. A governação podia ser melhorada por um melhor exercício da oposição”, atirou.
Comentador Jorge Cruz acusa coligação Juntos por Braga de fazer à oposição o que criticou antes de chegar ao poder
O comentador Jorge Cruz também defendeu que o papel da oposição é importante em qualquer governação, e referiu que Artur Feio e os restantes vereadores socialistas têm cumprido esse exercício ao longo do presente mandato.
Apontando que se exigem “críticas construtivas, alternativas e soluções, o comentador assinala que o estatuto da oposição “nem sempre é cumprido”.
Recordando os tempos em que Ricardo Rio se queixava enquanto vereador da oposição, Jorge Cruz afirma que “essas dificuldades continuam”. Sobre a apresentação de propostas por parte do Partido Socialista, disse ainda que “geralmente são chumbadas pela maioria e, curiosamente, alguns meses mais tarde voltam ao executivo, mas propostas pela maioria”.
No mesmo programa, o comentador afirmou publicamente que Artur Feio deveria ser o candidato do PS à Câmara Municipal de Braga. “Faria todo o sentido. Hugo Pires não é paraquedista, é um homem de Braga, mas sabemos que nos últimos anos não esteve em Braga”, notou. “Hoje o PS está mais consolidado e não podemos esquecer que passou de 37 anos de poder para uma oposição que nunca conheceu. No mínimo, devia discutir-se localmente a pessoa melhor colocada. Isso não aconteceu, Lisboa cozinhou uma solução”, criticou.
Granja discorda de Cruz sobre o (des)respeito do estatuto da oposição e afirma que o próximo processo eleitoral será “uma viagem tranquila até à reeleição” de Ricardo Rio
João Granja considera que o estatuto da oposição tem sido respeitado pela coligação de direita e refuta as acusações de Jorge Cruz. O social democrata nota que “a realidade é outra” e sublinha que a maioria de direita “aprova propostas da oposição” ainda que admita que “com maior frequência as da CDU”.
João Granja afirma que a coligação “está de boa saúde” e será reforçada com “quadros da Aliança”. Sobre a Iniciativa Liberal (IL), que apesar das conversações não aceitou concorrer coligada, o social democrata considera que a candidatura isolada do IL pretende apenas “afirmar os seus princípios e aproveitar o tempo de antena”, considerando até que “não tem um programa autárquico de governação da cidade”. Na opinião do comentador, o cenário das próximas eleições autárquicas “vai ser bipolarizado entre o PS e a coligação Juntos por Braga”, mas com um “excelente” resultado para Ricardo Rio.
