BabeliUM ditará caminho de desenvolvimento. Presidente pondera relocalizar Teatro

O novo presidente da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da UMinho (ELACH) pretende afirmar as Humanidades dentro e fora dos campi da academia minhota. João Cardoso Rosas, que já liderou os destinos da agora ELACH entre 2016 e 2019, regressa ao cargo de presidente num momento de grandes condicionantes sobretudo externas.

Contudo, os constrangimentos internos não passaram ao lado da sessão com o reitor da academia minhota a voltar a recordar que pela primeira vez o Governo reconheceu que a instituição de ensino superior minhota estava a ser penalizada, face a outras instituições, no que diz respeito ao financiamento do Estado em 17 milhões de euros.

Com vários desafios pela frente, visto que as “cartas estão voltadas do avesso”, o novo presidente pretende, para o próximo triénio, reforçar o ensino do Português Língua Estrangeira através do BabeliUM. “Nós já temos um grande contingente de estudantes que vem da Ásia mais concretamente da China. Provavelmente vamos passar a oferecer não só a formação em formato presencial como em digital. Esta é uma atividade interessante para a nossa escola e que cria pontes com outros países e continentes, para além de levar mais longe a nossa língua e cultura”, defende.

Outra das apostas passará por um mestrado conjunto com a Aliança Arqus em Tradução e Comunicação Multilingue que irá permitir não só receber estudantes de outras universidades europeias como promover experiências de intercambio de docentes.

Com cerca de 1.400 estudantes em oito licenciaturas, onze mestrados e cinco doutoramentos entre Braga e Guimarães, João Rosas não fugiu ao tema das infraestruturas sublinhando a necessidade de proporcionar maior conforto e adaptar espaços em Gualtar, visto que este é o edifício mais antigo do campus, e mais condições quer nos Congregados quer no renovado Teatro Jordão. O novo presidente coloca mesma em cima da mesa a possibilidade, caso não sejam resolvidos os problemas de “gestão e partilha de espaço”, relocalizar a licenciatura de teatro.

Em resposta aos jornalistas, o reitor da UMinho frisa que essa é uma questão que tem de ser ponderada em função dos compromissos com a Câmara Municipal de Guimarães. Rui Vieira de Castro não vê razões para a relocalização do curso, logo defende a permanência no renovado Teatro Jordão. “Nós podemos achar que há pequenas questões ainda não resolvidas na infraestrutura, mas devo dizer que recentemente recebemos a visita de pessoas ligadas a entidades que operam na formação de teatro nos Estados Unidos da América e que ficaram impressionadas com a qualidade dos equipamentos que ali temos”, declara.

A reitoria e a unidade orgânica estão alinhadas no sentido de, caso seja necessário, descontinuar alguns mestrados e/ou doutoramentos com menos procura. A palavra de ordem nos próximos anos será “consolidar” e não “multiplicar”. Um ponto em que ambos estão de acordo. Atualmente, a academia minhota contabiliza 60 doutoramentos, 120 mestrados e 60 licenciaturas. No entanto, Rui Vieira de Castro esclarece que não se trata de uma obrigação, mas sim, de um pedido de “reflexão” sobre o caminho que a comunidade pretende para a instituição.

Como a RUM já havia anunciado, no próximo ano as 12 unidades orgânicas da UMinho terão orçamentos próprios. Neste momento, a reitoria está a levar a cabo um levantamento para identificação das fontes de receita e despesa da instituição para assim perceber de forma clara, a título de exemplo, quanto custa à academia a Biblioteca Pública de Braga ou a unidade de serviços.

Recorde-se que João Cardoso Rosas terá como vice-presidentes Margarida Pereira, com a pasta do Ensino, Ângelo Martingo, nas Infraestruturas e projetos especiais, e Bruna Peixoto, encarregue do BabeliUM e interação com a sociedade.