Bastonário da Ordem dos Médicos denuncia “incapacidade” do Hospital de Braga

O Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, admitiu hoje sair do Hospital de Braga “com uma enorme preocupação” quanto aos riscos para os doentes que entram nas urgências do Hospital de Braga, tendo em conta o funcionamento intermitente de serviços, por força da sobrecarga a que estão a ser sujeitos médicos de determinadas especialidades e exigiu que a administração deste hospital, em conjunto com o Ministério da Saúde adiantem “já hoje” soluções para os problemas que se verificam na área da cirurgia de urgência.

Segundo Carlos Cortes, os médicos estão a dar apoio aos doentes que estão internados em cirurgia e ao mesmo tempo a apoiar também os doentes que chegam da urgência.

À porta do Hospital de Braga, depois de uma reunião com o conselho de administração e com médicos, Carlos Cortes disse sair deste hospital “com uma enorme preocupação” tendo em conta as situações reportadas, “nomeadamente na área da urgência em que a segurança dos doentes pode estar comprometida”. Aliás, o Bastonário dirigiu-se à população para alertar que “o Hospital de Braga não tem capacidade de atendimento urgente na área da cirurgia” e que esta mensagem “não sido passada de forma clara para a população”.

Notando que perante estas circunstâncias o Hospital de Braga “tem de encaminhar os doentes para outra área”, o Bastonário denunciou ainda “uma pressão inadmissível sobre os médicos de determinadas especialidades para fazerem um trabalho que não lhes compete”, sustentando que “não podem estar em vários locais ao mesmo tempo”.

“Direção executiva do SNS está a discriminar de forma negativa e incompreensível o Hospital de Braga”


Carlos Cortes vai mais longe e considera que a direção executiva do SNS “está a discriminar de forma negativa e incompreensível o Hospital de Braga no trabalho em rede” que tem sido referido pelo seu diretor executivo.

Na área da cirurgia geral, o Hospital de Braga “não está a ter as mesmas oportunidades que outros da região norte têm de enviar doentes para hospitais de referência, nomeadamente do Porto”, explicou, insistindo que esta instituição que serve mais de um milhão de utentes não garante resposta de urgência na área de cirurgia-geral. “[O Hospital de Braga] não tem neste momento equipas adequadas para poder atender esses doentes, portanto, todos os doentes não podem ser atendidos aqui com garantia de segurança e qualidade na prestação de cuidados”, detalhou. Segundo o mesmo responsável “há entraves nas transferências de doentes”, ainda que se tenha recusado a acrescentar mais informação sobre este tema, remetendo esclarecimentos para a administração do hospital.

Até ao momento, a Administração do Hospital de Braga ainda não reagiu a estas declarações.

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Elsa Moura
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