BE quer debate nacional sobre modelo de ingresso no Ensino Superior

O candidato do Bloco de Esquerda (BE) pelo círculo eleitoral de Braga defende um financiamento por antecipação para as universidades portuguesas e critica o excessivo peso dos exames nacionais no acesso ao Ensino Superior.
Segundo José Maria Cardoso, o partido tem discutido internamente o modelo de acesso às universidades, mas, defende, o debate deve ser nacional.
“O ensino secundário, através dos exames, está a assumir uma responsabilidade que, em parte, não deve ser sua. Muitas escolas estão inteiramente vocacionadas para os exames e para as classificações dos alunos, sendo que as próprias escolas sentem-se avaliadas em função desses resultados, quando o ensino secundário deve ser um ensino formativo”, argumentou.
Para o bloquista, “não há uma fórmula mágica” para inverter esta lógica, mas, frisou José Maria Cardoso,” deve haver um debate nacional e encontrar-se um modelo que seja capaz de contemplar estas situações”.
Os exames nacionais têm “um peso excessivo e três anos do ensino secundário, por vezes, são adulterados por causa de um exame”, referiu ainda.
O modelo de financiamento para as universidades portuguesas, muitas vezes criticado pelos reitores, merece também a crítica do bloquista, que considera que este “não serve os objetivos” das instituições de ensino superior. “Estas verbas para além de serem estranguladas, não caem no devido tempo. Os planos e projetos plurianuais ficam pendentes da realidade deste apoio”, lamentou. Para o cabeça de lista por Braga deve “haver valores estipulados, em conformidade com um conjunto de fatores, e uma entrega desse financiamento atempadamente, para que cada universidade possa ter a verba por antecipação”.
No que diz respeito à pasta do Ensino Superior, a aposta na investigação e o combate à precariedade dos investigadores são duas prioridades do Bloco de Esquerda.
