Federação de Cicloturismo desafia Governo a premiar redução de sinistralidade nas cidades

Em Braga, a cada três dias acontece um atropelamento. Os dados são da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e dão força às preocupações da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB).
Na passada segunda-feira, 15 de julho, a federação reuniu com o secretário de estado da Proteção Civil. Em cima da mesa estiveram temas como a necessidade de reduzir a sinistralidade, revisão do Regulamento de Sinalização do Trânsito, previsto desde 2019, e necessidade de redução da velocidade nas localidades para 30 quilómetros por hora.
Em declarações à RUM, o vice-presidente da FPCUB, Mário Meireles, aponta à possibilidade de premiar as autarquias, de modo a incentivar o planeamento urbano em prol, não só das bicicletas como dos peões e dos carros.
A ideia passa por promover a “reorganização viária” e nos casos de sucesso promover um reforço de orçamento para as autarquias.
A Federação não acredita no aumento das coimas para os incumpridores, mas sim, em multas ajustadas a cada carteira como já acontece a nível internacional.
A intensificação dos apelidados ciclopatrulhamentos em zonas balneares e urbanas foi outra das sugestões apontadas ao secretário de Estado da Proteção Civil. A Polícia Municipal, em Braga, já tem por prática este tipo de patrulhas, contudo o mesmo não acontece com a GNR e PSP. De acordo com o responsável, está prevista a abertura de um aviso do Fundo Ambiental para a aquisição de bicicletas e equipamentos para estes agentes.
A FPCUB defendeu que, no quadro de revisão do Código da Estrada, possa ser incluída a criminalização do uso do telemóvel durante a condução, considerando ser esta uma das causas que mais contribui para a sinistralidade. A Federação insistiu também na necessidade de rever o Regulamento de Sinalização do Trânsito em diversas vertentes, com o objetivo de atingir a Visão Zero.
