Biossensores implantáveis podem contribuir para deteção precoce de doenças

A implantação de biossensores no corpo humano pode contribuir para a deteção precoce de doenças cardiovasculares ou cancro. A área de investigação está a ser desenvolvida por Vitor Correlo do grupo 3B´S e diretor da subunidade dedicada à inovação e serviços.
Em entrevista ao UMinho I&D, o responsável explica que o objetivo passa por criar um “microlaboratório de diagnóstico dentro do corpo humano”, de modo a monitorizar continuamente o estado de saúde do paciente. “As vantagens são imensas, nomeadamente, pelo fato de estarmos em permanência a acompanhar o estado de saúde do utente e assim conseguimos antecipar o aparecimento de algumas doenças antes de se manifestarem de forma acentuada”, frisa.
O investigador acredita que este pode ser o caminho para diminuir, por exemplo, o recurso a biópsias e tornar os tratamentos mais personalizados. O fator económico é outra das mais valias, visto que irá permitir a redução da afluência aos serviços de urgências do Serviço Nacional de Saúde.
Um dos grandes desafios passa por conseguir que o corpo do paciente não rejeite o dispositivo. Para isso, o investigador está a desenvolver duas estratégias. A primeira passa por desenvolver um biossensor através de materiais mais “biocompatíveis” de origem polimérica. Em segundo lugar, este biossensor será encapsulado, posteriormente, num hidrogel que pode ou não conter células do paciente e também pode ou não conter células estaminais que já demonstraram capacidade imunomodulatória”, refere. As duas estratégias em conjunto têm demonstrado resultados promissores. Vitor Correlo acredita que, no futuro, esta área de investigação dará início a um projeto robusto que terá capacidade de cativar, entre outros, a industria farmacêutica.
