“Biotecnologia é uma área estratégica para o desenvolvimento de Braga”

A primeira Semana da Biotecnologia de Braga pretende ser uma alavanca na transferência do conhecimento produzido na Universidade do Minho para a economia bracarense.

A iniciativa, promovida pelo Município de Braga, em parceria com a Universidade do Minho, através do Departamento e do Centro de Engenharia Biológica, a Startup Braga e o INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia -, arrancou esta segunda-feira decorre até 21 de abril, no gnration, sob a temática “Escalar a Biotecnologia”.

Para o vice-reitor para a Investigação e Inovação da academia minhota, Eugénio Campos Ferreira, esta iniciativa é uma oportunidade para “transferir o conhecimento produzido na Universidade para a economia, seja pelos spinoffs, startups, centros tecnológicos”. “Este evento serve para por em contacto os cientistas, investigadores e alunos com as empresas e há que tirar partido desta proximidade”, evidenciou.

O presidente da Câmara, Ricardo Rio, assume que “a biotecnologia é um dos grandes ativos que a cidade de Braga tem em termos do desenvolvimento futuro, quer do ponto de vista de atração de massa crítica muito qualificada, mas também o impacto que pode ter no desenvolvimento económico, com a atração de empresas e apoio a projetos de empreendedorismo”. “A área da biotecnologia é uma área estratégica para o desenvolvimento de Braga. Queremos criar condições para que Braga seja um centro de grande potencialidade do ponto de vista do desenvolvimento da biotecnologia”, reforçou o autarca.

Segundo Ana Júlia Cavaleiro, diretora adjunta do Centro de Engenharia Biológica, “a biotecnologia tem vindo a ganhar importância e tem contribuído de forma decisiva para o desenvolvimento de vários setores de atividade”. Exemplo disso, acrescentou, são “os métodos de deteção e diagnóstico e desenvolvimento das vacinas no combate à Covid-19”.“Atualmente, a biotecnologia representa cerca de 27% do mercado global e assegura inúmeros bens e serviços à sociedade, desde a produção de alimentos, biofumigação de locais contaminados, tratamento de águas, de resíduos sólidos, produção de biocombustíveis, medicamentos, vacinas, cosméticos, plásticos, biodegradáveis e uma panóplia de novos materiais inteligentes”, explicou.

Startup Braga já apoiou mais de 30 projetos ligados às tecnologias para a saúde, biotecnologia e sustentabilidade

Para Luís Rodrigues, diretor da Startup Braga, é da maior importância receber esta iniciativa e garantir uma participação ativa por parte da comunidade. “São mais de 30 os projetos nas áreas das tecnologias para a saúde, biotecnologia e sustentabilidade que a Startup Braga apoiou e capacitou. Considerando o propósito desta iniciativa em aproximar a academia do mundo empresarial e industrial, procuramos contribuir para uma agenda que garante e facilita toda esta envolvência”, disse.

A diretora adjunta do departamento de Engenharia Biológica, Mariana Henriques, vê nesta iniciativa uma oportunidade para “captar alunos”. A docente enalteceu ainda a oportunidade de falar de biotecnologia “fora de portas”. Para Lígia Rodrigues, vice-presidente Escola de Engenharia da Universidade do Minho, este “é o pontapé de saída para muitas atividades conjuntas, que possam criar essa consciência da biotecnologia na sociedade, na região e no próprio país”. O evento, esclareceu, está pensado “para a sociedade em geral”.

A 1.ª Semana da Biotecnologia decorre até sexta-feira e conta com talks, mesas redondas, apresentações e sessões exploratórias com empresas regionais do setor.

Além disso, durante toda a semana, todos os interessados terão a oportunidade de visitar a ExpobiotecArt, uma iniciativa de expressão da Biotecnologia e Bioengenharia que desafiou os alunos do CEB/DEB a documentarem as suas experiências e vivências através da fotografia e de instalações artísticas.