Bloco quer causar “surpresa eleitoral” e eleger vereador em Barcelos

O Bloco de Esquerda quer causar uma “surpresa eleitoral” e alcançar um lugar inédito na vereação na Câmara de Barcelos.
Na apresentação pública das listas ao executivo barcelense, o cabeça de lista à Assembleia Municipal e deputado na Assembleia da República, José Maria Cardoso, anunciou que o objetivo do partido é “aumentar o número de deputados na assembleia [são dois atualmente] e criar condições para a eleição de um vereador”.
O candidato à Câmara é Manuel Carlos Silva, 74 anos, a quem José Maria Cardoso reconhece capacidade para poder ser uma “surpresa eleitoral”.
O antigo professor de sociologia na Universidade do Minho apresentou-se oficialmente, garantindo que vai “estar com e ao lado do povo barcelense” na “melhoria das condições de vida dos trabalhadores, por salários e reformas dignas e pela defesa do Serviço Nacional de Saúde”.
Manuel Carlos Silva apontou depois agulhas ao PSD e ao PS – este último no poder autárquico há doze anos – acusando os dois partidos de legitimarem e de contribuírem para o crescimento do Chega, partido que terá Agostinho Mota como candidato.
“O PSD/CDS primeiro e agora o PS, ao não resolverem a nível nacional e municipal os problemas de pobreza e das profundas desigualdades sociais, tornam-se objetivamente co-responsáveis da emergência e do reforço de partidos de extrema direita como o Chega”, atirou.
Manuel Carlos Silva deixou ainda críticas à ausência da construção de um novo hospital público em Barcelos, o qual teve uma “proposta aprovada em Assembleia da República” mas que não avança pela “falta de vontade política do governo PS” e da autarquia que se tem “mostrado passiva, inerte e conivente com o não cumprimento da promessa”.
O candidato socorreu-se também de alguns dados e lembrou que, desde 2011, Barcelos “tem conhecido um declínio demográfico” e que, no aspeto laboral, está dependente do setor têxtil, o qual “está a atravessar uma crise preocupante” visto que “o tecido empresarial não se modernizou e está determinado pela presença de pequenas e microempresas familiares”.
Sobre a mobilidade, Manuel Carlos Silva criticou “o desinvestimento na linha férrea” e a “não resposta à prioridade de um sistema de metro ou ferrovia para o quadrilátero urbano”.
Além de Manuel Carlos Silva, para a Câmara de Barcelos são já conhecidos os candidatos Horácio Barra, do PS, Mário Constantino, que lidera a coligação do PSD, CDS-PP e do movimento independente Barcelos Terra do Futuro, Mário Figueiredo, da CDU, e Agostinho Mota, do Chega.
