Braga. Dezenas de trabalhadores participam na ‘praça da indignação’

Dezenas de trabalhadores concentram-se, esta manhã, no complexo Grundig, em Braga, para participar na ação nacional promovida pela CGTP, neste que é reclamado como ‘Dia Nacional de Indignação, protesto e luta’.
Braga recebe uma das duas ‘praças da indignação’ marcadas para o distrito. Os trabalhadores de diferentes empresas, públicas e privadas reclamam melhores salários e progressão na carreira, assinalando que o aumento do salário mínimo nacional é insuficiente face ao custo de vida atual no país.
A paralisação decorre, sobretudo, entre as 10h00 e as 12h00, com os trabalhadores concentrados nesta praça da indignação.
No complexo Grundig, os trabalhadores da FEHST são, de acordo com o sindicato, os mais lesados face ao aumento do custo de vida. Com pouco mais de uma centena de trabalhadores, esta empresa de componente automóvel é constituída, maioritariamente, por precários.
Diamantino Gomes, com 63 anos, trabalha há quarenta na FEHST. À RUM, este trabalhador que decidiu aderir à greve, fala numa política de baixos salários em toda a linha e admite que a idade fez com que não encontrasse outras oportunidades de trabalho. “Se fosse novo já não estava aqui. Fui poucas vezes aumentado. Depois como ganhava mais que o salário mínimo, não tinha direito a ser atualizado. Na minha situação, há mais três ou quatro pessoas na empresa”, conta.
Sérgio Sales, dirigente sindical, refere que a perda de poder de compra “é imensa”, sobretudo para as pessoas que trabalham neste complexo, em particular, na FEHST. “É mesmo uma política de salário mínimo. Estamos a falar de trabalhadores com mais de trinta anos de casa, que ganham o salário mínimo nacional. Um trabalhador que venha para cá, que nunca tenha estado no mercado de trabalho, e que olha para o lado e vê trabalhadores com trinta e mais anos de casa e que ganham tanto como ele, não tem perspetivas de futuro nenhum”, critica.
Em Guimarães, ao que a RUM apurou, algumas empresas, no setor da cutelaria, registaram uma forte adesão à greve. Segundo a União dos Sindicatos de Braga, a adesão na empresa Mafil é de 98% e na Hervmar ascende aos 90%.
