Braga pode recuar no desconfinamento caso matriz de risco não seja alterada

O concelho de Braga pode vir a recuar no processo de desconfinamento, na próxima semana, caso o Conselho de Ministro não aprove, esta quinta-feira, o aumento da incidência da matriz de risco de 240 para 480 casos por 100 mil habitantes, como foi recomendado na passada terça-feira pelos especialistas, na reunião no Infarmed.
Ouvido pela RUM, o presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, considera que o alargamento das linhas vermelhas é algo “perfeitamente defensável” e que confessa que espera que venha a acontecer.
Para além do interesse da cidade está em causa, segundo o autarca, a “avaliação geral da situação e do risco existente”, que na sua ótica é beneficiado pela implementação de quatro níveis para o desconfinamento, um plano que olha não só para os níveis de infeção como para a taxa de vacinação. “Parece-me extremamente positivo”, declara.
Braga regista, em média, 40 a 50 novas infeções de covid-19 diárias.
Os dados, relativos a 24 de julho, foram avançados à Universitária. Segundo o último relatório da Administração Regional de Saúde, a cidade dos arcebispos regista um índice de infeção de 292 casos por 100 mil habitantes. Ricardo Rio confessa que nos últimos dias, pode ter existido um ligeiro aumento.
Até ao dia 27 de julho, terça-feira, Braga registava 424 casos ativos. Há vários meses que não são registados óbitos no concelho. No Hospital de Braga estão internados um total de 13 pacientes, sete na unidade de cuidados intensivos.
Quanto á evolução do processo de vacinação contra o SARS-COV-2 no concelho, atualmente 86 mil pessoas já têm as duas doses da vacina e cerca de 24 mil foram inoculadas com a primeira dose. No total, em Braga já foram administradas mais de 180 mil vacinas.
O Conselho de Ministros reúne dois dias após a reunião, no Infarmed, com os peritos consultados pelo Governo. Os especialistas sugeriram a evolução das medidas de restrição de acordo com a taxa de vacinação e insistiram na importância do controlo de fronteiras.
Além disso, propõem a atualização do limiar de incidência na avaliação de risco da covid-19 para 480 casos por 100 mil habitantes (atualmente é de 240 por 100 mil), assim como a definição de um limite de ocupação em unidades de cuidados intensivos (UCI) de 255 camas.
