Braga regressa aos números do Turismo pré-pandemia em 2023

Braga vai alcançar os números do turismo de 2019 dentro de dois anos. Esta é expectativa do presidente da entidade Regional Turismo Porto e Norte, Luís Pedro Martins.
Em 2019, Braga contava com cerca de 639 600 dormidas, com um crescimento de 100 mil dormidas face ao ano anterior, e uma ocupação hoteleira acima dos 80%, no verão. A pandemia provocou quebras elevadíssimas. No ano passado, as dormidas caíram para 263 609.
Com o processo de vacinação e a abertura gradual dos países, o primeiro semestre de 2021 mostra já sinais de recuperação, com 116.404 dormidas entre janeiro e junho.
Esta quinta-feira, à margem da inauguração do Posto de Turismo, na Estação de caminhos-de-ferro de Braga, adiantou que os dados “perspetivam que 2021 vai passar 2020”. Ainda assim, os números do tempo pré-pandémico estão ainda longe de ser atingidos e, embora acredita que se possa chegar lá em 2022, o responsável do Turismo Porto e Norte, prefere jogar pelo seguro e atira a meta para 2023.
“No segundo semestre, estamos a inverter os indicadores de 2020, ano em que caímos fortemente, porque havia muita hesitação por parte dos principais mercados estratégicos, como Alemanha, Inglaterra ou França”, afirmou.
O mês de agosto voltou “a registar valores interessantes e cidades como Braga, que em 2020 tinham taxas de ocupação muito baixas, pouco acima dos 15%, este verão já ficou acima dos 60%”, sendo que no verão de 2019, os números ascendiam aos 80%.
TPNP lança campanha internacional para promover turismo de eventos e Braga “é um dos pilares”
Para o presidente do TPNP, o inverno não vai defraudar expectativas e em “Braga será possível manter a retoma no inverno”, desde logo com o mercado espanhol. “O ano de 2022 vai permitir respirar de alívio e 2023 vai permitir recuperar os números de 2019, quando se registaram seis milhões de turistas na região e 11 milhões de dormidas”, apontou.
Esta quinta-feira, a TPNP apresentou uma “campanha internacional direcionada ao turismo de eventos, para posicionar o territorio como um grande destino” e Luís Pedro Martins reconhece que “Braga é um dos pilares deste tipo de turismo, mas também Guimarães, Porto, Gaia, Matosinhos e Santa Maria da Feira”. Os eventos que possam vir a ser organizados na região no outono e no inverno vão ser, segundo o responsável, um contributo importante para “quebrar com a sazonalidade”. Também Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, reconhece “a capacidade que o concelho tem em acolher grandes eventos, que acabam por trazer um tipo de turismo que suscitaa procura ao nível hoteleiro”. O autarca admite que Braga “teve um excelente verão” no que ao turismo diz respeito e está confiante “que a retoma se consolide” daqui para a frente.
Luís Pedro Martins frisa ainda a importância da “conectividade aérea”. “É urgente repor as rotas, saber o que a TAP vai fazer em relação ao seu plano de retoma, porque se não for ao encontro das aspirações da Porto e Norte, teremos que o trabalhar com outras companhias”, alertou. O presidente do Turismo Porto e Norte adiantou ainda que a Transavia já garantiu que vai manter todas as suas rotas de ligação ao Porto.
Ricardo Rio, que preside também a CIM Cávado, composta pelos municípios de Barcelos, Braga, Amares, Terras de Bouro, Esposende e Vila Verde, aponta ainda a retoma “muito positiva” nestes territórios, que acabaram, “durante a pandemia”, por ser a escolha, sobretudo, dos turistas nacionais, com destaque para Terras de Bouro, “por força do Gerês, mas que permitiu um efeito disseminador para todo o território envolvente”.
