Câmara de Famalicão contrata 75 funcionários para garantir segurança nas escolas

Cerca de 15 mil alunos famalicenses preparam-se para regressar às aulas, na próxima semana. A autarquia apresentou, esta sexta-feira, os investimentos municipais na área da educação.
A Câmara de Vila Nova de Famalicão contratou “mais 75 funcionários” para as escolas do concelho, além dos que já eram necessários para cumprir o rácio, com o objectivo reforçar as medidas de segurança e higienização no arranque de um ano lectivo, marcado pela pandemia da Covid-19. “São 64 assistentes operacionais e 11 assistentes técnicos”, detalhou o presidente da autarquia, Paulo Cunha, que salientou a “importância” do pessoal não docente na actividade escolar, que “é o recreio, o almoço ou o apoio à sala de aula”. “Em Famalicao, este apoio cumpre-se em níveis de excelência”, acrescentou.
O número, completou o vereador da Educação, Leonel Rocha, não inclui a substituição de funcionários com baixa de longa duração, uma vez que esses já haviam sido substituídos. No entanto, há ainda um problema por resolver: funcionários dedicados a alunos com necessidades especiais. “É uma luta que travamos há muito tempo, mesmo com este aumento de pessoas, estes casos precisavam de ainda mais pessoas, mas esta é uma responsabilidade do Governo”, asseverou.
Os estabelecimentos escolares foram ainda palco de formações, com pessoal da saúde, para dar conta dos procedimentos e esclarecer dúvidas.
Ajustamento de horário permite transporte escolar nas escolas da periferia
O transporte escolar era uma das maiores preocupações de encarregados de educação e directores de escolas.
Recorde-se que, desde o ano passado, os passes de transporte são gratuitos para todos os alunos do concelho.
Segundo o vereador, “o transporte escolar está a enfrentar dificuldades porque as empresas não tinham possibilidade de realizar as mesmas rotas, tendo em conta os seis meses de paragem e lay-off, que em alguns casos davam prejuízos”. “Ajustando os horários das aulas, foi possível colocar autocarros nas escolas da periferia da cidade. As escolas estão contentes com a solução encontrada”, explicou. A medida, referiu ainda Leonel Rocha, “não suscitou grandes diferenças” ao nível do investimento, uma vez que o mesmo autocarro faz várias voltas.
Recreios com espaços próprios para cada turma e alunos responsáveis pela desinfecção da sua carteira
“Estamos conscientes dos riscos, mas estamos preparados para lidar com eles”, apontou o vereador que tutela a pasta da Educação.
Em Famalicão, as escolas “têm tudo preparado, desde a sala de isolamento a outros aspectos para o caso de necessidade”. “Os alunos vão passar grande parte do tempo na sala de aula e no recreio vão existir espaços próprios por turma e os horários vão ser desfasados, para não haver cruzamentos”, adiantou.
No interior da sala de aula, os alunos vão ser incentivados a desinfectar os seus próprios espaços, tal como já acontece em outros países europeus. “A higienização é uma das preocupações e, por isso, reforçamos o pessoal com alguns contratos de emprego-inserção. No contexto da sala, as escolas estão a passar a mensagem da responsabilidade colectiva e, nesse sentido, usando os materiais que estão na sala possam os alunos desinfectar a sua mesa e cadeira”, acrescentou o autarca.
Paulo Cunha defende uso da máscara em espaço público
Paulo Cunha defende o ensino presencial, mas, para que este seja possível, “é necessário o cumprimento por parte de todos de todas as indicações da Direcção-Geral da Saúde e do Governo”. “Devemos ir um pouco mais longe, ajuda, por exemplo, se usarmos a máscara com mais frequência e de forma generalizada, cumprindo o que nos é imposto no espaço fechado também no espaço público”, afirmou o presidente famalicense.
“Não há nenhuma escola da tutela municipal que esteja a necessitar de uma intervenção profunda”
O autarca assegura que continuarão a ser feitos os investimentos necessários nas escolas do concelho, como tem acontecido com “pequenas intervenções” em diferentes estabelecimentos de ensino. As intervenções nas escolas de Avidos, Mões e Santa Eulália vão arrancar em breve. Em Vilarinho das Cambas e Vermoim, as intervenções já foram realizadas. Depois da passagem para a gestão do município, as obras nas EB 2/3 “estão finalmente a ser feitas”, nomeadamente na Escola Dr. Nuno Simões e em Arnoso Santa Maria. A intervenção avança na Escola D. Maria II, no próximo ano. A Escola de Ribeirão está em fase de concurso para a 2.ª fase e serão dados novos passos para que no futuro a Escola Secundária Padre Benjamim Salgado possa também ser intervencionada.
“Não há nenhuma escola da tutela municipal que esteja a necessitar de uma intervenção profunda. Não estão concluídas no país, mas estão concluídas em Famalicão”, fez saber Paulo Cunha.
As fichas de trabalho continuam a ser asseguradas pela autarquia, que, este ano, podiam ser solicitadas em formato físico ou tecnológico. Os lanches saudáveis também continuam a ser assegurados pela Câmara de Famalicão, este ano, salientou Leonel Rocha, com uma importância acrescida, associada à “higienização dos alimentos e por forma a garantir que todos os alunos usufruam da refeição”.
