Presidente do Banco Alimentar de Braga diz que há marquises a servir de quarto

Há cada vez mais famílias a pedir ajuda ao Banco Alimentar Contra a Fome de Braga, muitas delas a viver em circunstâncias “indignas”. A menos de duas semanas da nova campanha de recolha de alimentos, Pilar Barbosa, presidente do Banco Alimentar de Braga, dá conta de sucessivos relatos “preocupantes” alertando para a necessidade de travar este paradigma. 

“Há pessoas a viverem de forma indigna, já não digo uma pessoa num quarto, mas digo famílias. Apartamentos cujas marquises já viraram quartos”, revela. Nesta entrevista à RUM, a responsável revela ainda que caso estas situações relacionadas com arrendamento ilegal sejam denunciadas, “as pessoas são postas fora” e ficam sem alternativa. Diz que se trata de uma “bola de dificuldades” já que estes cidadãos, a viver nestas circunstâncias, não têm documentação para receber outros apoios, aumentando o grau de fragilidade social. Muitos deles são estrangeiros.

Os relatos, regra geral chegam através dos representantes dos apoios informais. Pilar Barbosa considera necessário tomar opções políticas notando que a cidade de Braga revela estar “sem capacidade para receber” mais pessoas.

Numa visão alargada sobre o trabalho desenvolvido pelas instituições de solidariedade social da região, Pilar Barbosa não hesita em afirmar que “há uma melhoria muito grande no apoio social” que surge de uma maior atenção das instituições em trabalhar de forma articulada na mesma área geográfica.

Campanha do Banco Alimentar com mais um dia


A Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome vai ter mais um dia que o habitual. A instituição aproveitará o feriado de dia 1 de dezembro, uma sexta-feira, para dar início a um fim-de-semana determinante nos meses que se seguirão nos armazéns do banco alimentar de norte a sul do país. 

Nos dias 1, 2 e 3 de dezembro, a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome de Braga estima que sejam recolhidas, no distrito, em cem superfícies comerciais, cerca de 120 toneladas de alimentos.


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Elsa Moura
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