Campeã olímpica da juventude troca de modalidade: “Sempre preferi o futebol”

Era vista como uma promessa do futsal, mas a vontade de singrar no futebol falou mais alto. Telma Pereira trocou recentemente de modalidade e a equipa do Nun’Álvares pela do Gil Vicente, onde se vai estrear na primeira divisão nacional de futebol.
Em entrevista à RUM, a estudante da Universidade do Minho afirma que este foi “o momento certo” para fazer a transição e voltar a reverter um caminho iniciado na Associação Cultural e Recreativa de Fornelos, quando tinha sete anos.
“Até aos 13, joguei futebol com os rapazes. Só que, a partir daí, dos iniciados, devido às regras, tive que começar a jogar com as raparigas. Como em Fafe [cidade de onde é natural] só havia futsal, tive de mudar”, recorda.
Juntando as circunstâncias pessoais, como o facto de já ter carta de condução e, com isso, não ter de depender de terceiros, com a questão de “o futebol feminino estar a evoluir bastante”, decidiu, este ano, “tentar a sorte”.
Antes de receber propostas, Telma Pereira refere que teve de “mexer os cordelinhos no sentido de dizer às pessoas que estava interessada em jogar futebol”. Depois de “a notícia se ter espalhado”, a jovem de 19 anos conta que recebeu vários convites, mas que a do Gil Vicente foi “a melhor”. “Estrear-me logo na primeira divisão é um espectáculo”, acrescenta.
Futura engenheira transforma-se em extremo-esquerdo
No futsal, além das 20 internacionalizações pelas seleções sub-17 e sub-19 de Portugal e do título olímpico da juventude conquistado em 2018, em Buenos Aires, na Argentina, Telma Pereira jogou durante cinco temporadas – três no Nun’Alvares e dois no FC Vermoim – no principal escalão da modalidade. Agora tem de mudar de ares e de se ambientar ao futebol de 11.
Neste momento, a atleta minhota, que actuava tanto a ala como a pivô, está a apostar na posição de extremo-esquerdo, embora reconheça que a fixação num ou noutro lugar do campo “depende sempre do treinador e da equipa”.
Fora do rectângulo de jogo, Telma Pereira vai para o terceiro ano do Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial na Universidade do Minho. Tal como já acontecia no futsal, os estudos continuam a ser “a prioridade”. Ainda assim, reconhece que o rumo dos acontecimentos pode mudar com a transição para o futebol, já que existem “equipas profissionais”, ao contrário do que acontece na outra modalidade.
“Faltam três anos para acabar o curso. Se entretanto acontecer algo e tiver uma proposta de um clube profissional, em que tenha oportunidade de jogar, posso pensar duas vezes”, admite.
