“Campi da UMinho serão dos espaços mais seguros no novo dia-a-dia”

A Universidade do Minho (UMinho) preparou um plano de contingência com diferentes fases em que, em última instância, a instituição pode reduzir de forma radical a sua actividade presencial.

Em entrevista ao programa Campus Verbal, que foi para o ar na noite desta terça-feira, Rui Vieira de Castro explicou que estão previstos “diferentes estádios de gravidade da situação sanitária”. 

“O plano admite um regresso a uma quase normalidade, passando por uma situação de normalidade condicionada – a que estamos a viver- , mas também prevê situações de agravamento acentuado da situação sanitária do país que nos podem levar a adoptar medidas de constrangimento mais severo”, esclareceu.

Rui Vieira de Castro, refere por isso, que o plano “prevê também um cenário em que a universidade pode ver-se obrigada a reduzir de forma radical a sua actividade presencial”.

Nos campi da UMinho, todos os edifício têm zonas de isolamento preparadas e estão também definidos todos os procedimentos perante um caso suspeito ou confirmado.

Na Escola de Medicina, as aulas arrancaram há várias semanas, o que permitiu avaliar medidas e comportamentos, indicou o reitor da instituição, elogiando até agora o funcionamento daquele edifício.

Para este novo ano lectivo, a UMinho optou pelo modelo misto “não por opção da universidade, mas sim pela situação actual”. “O modelo em que a universidade se revê é o presencial”, vincou Rui Vieira de Castro.

O prolongamento de horário também foi adoptado. Até agora, as aulas ao sábado estavam reservadas apenas para mestrado e doutoramento. Trata-se de uma situação “exigente”, mas necessária para garantir actividade presencial “ao maior número de estudantes possível”, disse.

Um modelo que respeita as orientações da DGS, que emitiu dois conjuntos de orientações em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Segundo o reitor, a instituição “está a respeitar estritamente as orientações”. 

Aos microfones da RUM, Rui Vieira de Castro tranquilizou a comunidade académica. No que respeita à ventilação das salas e auditórios, a UMinho “está a respeitar as orientações da DGS”, mas  todos estes procedimentos “não deixarão a instituição imune”, lembra. Apesar disso, garante que a UMinho terá “dos espaços mais seguros”, ainda que a colaboração de todos os membros da comunidade seja “essencial”.

“Comportamentos de risco fora da Universidade pode ter efeitos pouco desejáveis dentro da comunidade”

Rui Vieira de Castro garante que a instituição não vai deixar de transmitir mensagens que “elevem os níveis de consciência da população”, em particular da comunidade académica para que os comportamentos responsáveis adoptados dentro da instituição “possam ser adoptados fora da universidade”. 

Questionado precisamente sobre o ambiente regrado da instituição e todas as conjugações de factores no exterior, nomeadamente a partilha de casa ou quarto por parte dos estudantes deslocados ou realização de actividades de lazer/convívio conjuntas como festas e jantares, Rui Vieira de Castro lembra que os comportamentos de risco “podem vir a ter efeitos muito pouco desejáveis dentro da própria comunidade, daí apelar à responsabilidade “transversal a todos os contextos de vida”. A UMinho, garante, “vai continuar a insistir ao longo do tempo na adopção generalizada de comportamentos mais responsáveis.

UMinho não equaciona “no momento” hipótese de realização de testes aleatórios”

A possibilidade de realização de testes aleatórios na comunidade está “por enquanto” descartada, disse à RUM Rui Vieira de Castro. 

A medida está a ser adoptada por várias instituições, mas a comissão da UMinho, que integra médicos e professores de saúde pública, não recomendou até agora essa medida. Não descartando por completo a hipótese, de momento a mesma não está a ser equacionada.