Candidatura de Braga a CEC27 já extravasou muros. É agora euro-regional

(EM ATUALIZAÇÃO)
A candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura em 2027 (CEC) já extravasou muros. “Tempo de Contemplação”, conceito da candidatura bracarense, posiciona-se como uma candidatura regional e até euro-regional, visto que tem o apoio de praticamente todos os municípios do norte do país, da CIM Cávado, da CCDRN e da Galiza. A nível internacional são perto de 50 as cidades e parceiros que contribuíram para este dossier.
São 48 os projetos que compõem o programa artístico da candidatura. Estes estão divididos pelos quatro templos da candidatura: empatia, deambulação, desassossego e criação. Estão previstos seis eventos de natureza mais festiva apelidados de “celebração”.
Além do programa artístico, o documento está dividido em seis capítulos em que apresenta a estratégia de comunicação, desenvolvimento de públicos, um capítulo dedicado à gestão e financiamento de projetos e ainda o contributo da estratégia a longo prazo da cidade.
Recorde-se que está prevista a transferência do Governo de 29 milhões de euros para a cidade selecionada a 7 de dezembro. 25 milhões serão provenientes do Orçamento de Estado ou de fundos comunitários e 4 milhões do Turismo. Na corrida, além de Braga, estão Aveiro, Évora e Ponta Delgada. No total, caso vença, a cidade dos arcebispos ficará com um orçamento para desenvolver o seu programa artístico e não só, de 48 milhões de euros.
Na apresentação, que teve lugar no Theatro Circo, o presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, reforçou o compromisso do executivo com a cultura, garantindo que os 19 milhões avançados pelo município serão para manter independentemente da decisão de 7 de dezembro. Para o edil, a cultura tem um contributo muito importante nas dimensões “económicas, educativas, sociais, inclusivas e de sustentabilidade”.
Questionado pela RUM sobre se estavam previstos corte na cultura no próximo orçamento, devido às dificuldades sentidas devido à guerra na Ucrânia, Ricardo Rio anuncia que esta será uma das áreas em que o executivo irá reforçar as verbas. No caso da cultura serão aproximadamente mais um milhão de euros.
CEC aposta em projetos ligados ao barroco e ligação com o Brasil.
Cláudia Leite, coordenadora da equipa de missão da Braga’27, revela que existem três novos projetos que pretendem explorar diferentes vertentes da cidade dos arcebispos. Um deles está relacionado com o crescente sentido cosmopolita e internacional da cidade. A responsável avança que está previsto um projeto “dedicado ao barroco”. “Com a migração de um conjunto de artistas, o barroco ganhou uma nova dimensão no estado de Minas Gerais que tem uma réplica do Bom Jesus”.
Também está previsto um trabalho sobre o 25 de abril de 1974 que versará sobre a questão da democracia.
Durante a apresentação a coordenadora executiva e do programa da Braga’27, Joana Meneses Fernandes, sublinhou que os 48 projetos correspondem a “75% do orçamento previsto para a programação da CEC”, os restantes 25% serão compostos nos anos seguintes, caso a candidatura consiga arrecadar o titulo, e serão canalizados para convocatórias: “5% dirigidas aos jovens para que possam propor ideias, 5% para propostas da comunidade, 10% para novas convocatórias para artistas internacionais e 5% dedicados a reforçar a internacionalização de eventos já existentes na cidade”.
A 30 de novembro, a cidade dos arcebispos prepara-se para receber a visita dos júris. O dossier final de candidatura já está disponível para consulta em formato digital, em inglês, aqui. A versão em português ficará disponível até ao final de novembro.
