Casa das Artes de Famalicão dinamiza ateliê de teatro para todas as idades há 20 anos

A Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão abriu, pelo vigésimo ano consecutivo, as inscrições para o Ateliê de teatro ‘Baú dos Segredos’. As aulas decorrem de outubro a julho de 2026, duas vezes por semana, na sala de ensaios do Teatro Municipal.
À RUM, Álvaro Santos, diretor da Casa das Artes de Famalicão, diz que a iniciativa nasceu como uma alternativa “à escassez de programas de teatro mais estruturados”. Para o diretor, esta é uma das missões da Casa das Artes enquanto entidade pública: “se a sociedade, de uma forma geral, e muito particular a nossa comunidade, não responde com atividades pedagógicas para desenvolver desde tenra idade, é nossa responsabilidade fomentar exatamente isso”.
O ateliê é constituído por quatro módulos: Oficina de Teatro, com introdução à interpretação com jogos dramáticos, trabalho de ensemble e improvisação; Voz falada/texto, com trabalho de monólogos e diálogos; Movimento/teatro físico com aprendizagens da relação do corpo no espaço: técnicas de Laban e Viewpoints, Contact Improvisation e a Produção Final.
Apesar de ser um ateliê, “a qualidade e o conhecimento mais concreto e científico, e até pedagógico, do que é o trabalho em teatro, não é descurado”, acrescenta Álvaro Santos.
Os alunos são colocados à prova, em audições públicas durante e no final do percurso.
“O maior projeto é apresentado no final de julho. Cada classe tem duas apresentações, sobre um dos projetos que tem estado a trabalhar, muitas vezes com textos que são adaptados, outros até são criados em classe”, sublinha.
“Isto não é uma ocupação de tempos livres que tem como base o trabalho em teatro”
As aulas são gratuitas, pelo menos para já. No caso de vir a ser pago, Álvaro Santos garante que o valor será “simbólico”.
De acordo com o diretor, esta é uma opção que já foi discutida várias vezes pela organização, e já foi aplicada anteriormente, mas, até pela valorização do projeto, existe a hipótese de ser pago em futuras edições.
“Esta é uma uma espécie de missão que temos que desenvolver, mas também temos a consciência, que muitas vezes, o facto do ateliê não ser pago também pode dar a entender que, afinal, esta é uma atividade descartável”, revela o diretor.
Segundo Álvaro Santos, para participar neste ateliê, o aluno precisa seguir algumas regras, nas quais se insere o “compromisso” e a “responsabilidade” para com o ateliê.
“Isto não é uma ocupação de tempos livres que tem como base o trabalho em teatro”, reitera.
Por esta razão, a edição deste ano sofreu algumas modificações. O horário e a frequência semanal foram alteradas. Ao contrário de anos anteriores, esta edição do ‘Baú dos Segredos’ viu as aulas reduzidas para os 90 minutos, duas vezes por semana (das 19h00 às 20h30, às segundas e quintas-feiras, para a turma dos 8 aos 14 anos, e terças e sextas-feiras, para a turma dos 15 aos 25 anos).
No fim de cada módulo, “há uma conversa, uma pequena apresentação” de forma a que as pessoas também usufruam do seu trabalho e possam ter noção da sua evolução.
As aulas ficam a cargo dos professores Ana Regueiras e Tiago Regueiras e podem ser complementadas por professores convidados, dependente das áreas a trabalhar, em cada altura do ano.
