CBMA substitui plásticos no tratamento de feridas crónicas

Olhar para a natureza e criar materiais biocompatíveis. Este é o trabalho que tem sido feito pelo CBMA – Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Universidade do Minho. Os primeiros passos foram dados em 2006, sendo que a investigação tem vindo a evoluir para três apostas hoje apresentadas na área biomédica, são elas filmes transparentes, malhas compostas por microfibras e hidrogéis.

Para chegar a estes resultados existe um longo processo laboratorial que consiste, de acordo com Raúl Machado, investigador do CBMA, na sintetização do ADN, ou seja, “desenhamos o ADN que, posteriormente, através de fábricas celulares e microrganismos são transformados em proteínas. Produzimos do zero um material que é utilizado e processado em várias estruturas”. Este processo acaba por oferecer uma maior versatilidade aos materiais.

Neste caso o CBMA usa como inspiração a seda do bicho-da-seda e a elastina que pode ser encontrada nas artérias, pulmões e na pele dos seres humanos.

Actualmente, o projecto numa fase mais avançada é o dos filmes transparentes que não utilizam plástico. Esta nova compressa tem a particularidade que conseguir que as células não adiram ao penso, logo quando for retirado o mesmo, este penso não irá provocar um novo dano na pele. Outra das particularidades elencadas pelo investigador deve-se ao facto de filme transparente permitir o acompanhamento do processo de cicatrização sem a retirada do penso, algo que não existe no mercado nos dias de hoje.

Raúl Machado refere que a equipa de investigadores do CBMA está a trabalhar na prova de conceito, de modo a analisar os benefícios que este produto tem na aceleração da ferida em que é aplicado. Estas compressas foram idealizadas para feridas crónicas e queimados, sendo que também está em cima da mesa a utilização em diabéticos.

Em casos em que existe “tecido morto” o CBMA está a estudar a aplicação de hidrogéis, estruturas 3D, que vão preencher um espaço.