CDU Braga diz que PDM “é um espirro que não resultou para a planificação da cidade”

A CDU de Braga considera que a proposta de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) do município, cuja discussão pública terminou a 14 de fevereiro, é “parca em definições a longo prazo”.
João Baptista, candidato pela Coligação Democrática Unitária à câmara bracarense, considera que “não há canais rodoviários que vão chegar à nova estação, não existe uma boa definição dos espaços verdes”. “Aparece uma propagada mancha de verde grande na zona norte da cidade, de 52 hectares, mas depois vai-se ao PDM e não aparece nada disso”, detalha, em declarações à RUM.
“A câmara não teve a coragem de criar zonas em que identificasse claramente que vão ser zonas de expansão da cidade, com equipamentos, com espaços verdes, com ecopistas”, disse, acrescentando que o documento ficou “muito aquém do que era desejável.”
“PDM é um espirro que não resultou numa planificação para a cidade”
Para João Baptista, o Plano Diretor Municipal “é um espirro que não resultou numa planificação para a cidade”.
O candidato à autarquia acredita que o projeto “deveria ter sido muito mais ambicioso” e que “há falta de visão da própria mobilidade”.
“Braga precisa de espaços empresariais de grande dimensão, com boas vias estruturantes, vias rodoviárias, porque não um ramal ferroviário? Tudo isso ficou por fazer”, denuncia.
O também engenheiro civil acredita que este PDM “não dá resposta aos problemas da cidade e do seu crescimento em mancha de óleo.”
CDU considera proposta de revisão do PDM “uma oportunidade perdida”
Em comunicado, a CDU Braga considera que a revisão do PDM “revela a falta de vontade política de promover a necessária rutura com as décadas de políticas de ordenamento e urbanismo”.
Para a coligação de esquerda, a expansão populacional da cidade e do concelho que se tem vindo a registar nos últimos anos “torna cada vez mais urgente a definição de um modelo territorial claro, que defina as articulações entre a cidade, as periferias e as zonas mais rurais, os concelhos vizinhos, e a Área Metropolitana do Porto.”
A CDU deixa ainda questões que considera “prementes para a qualidade de vida dos bracarenses”: a primeira, relacionada com a “habitação, sobretudo para classes de menores rendimentos”. Depois, a falta de “espaços empresariais, e a definição do respetivo “espaço canal” rodoferroviário” e, ainda, “uma rede de espaços verdes de diferentes dimensões, e de bons equipamentos para usufruto público.”
Sobre as alterações à Lei dos Solos, a CDU acredita que “introduzem novos fatores de incerteza e erosão dos objetivos de um PDM, favorecendo a fragmentação e a desarticulação dos usos do território”.
