CDU diz que ciclovias ‘pop-up’ “não incentivam ao uso da bicicleta”

A CDU partilha da opinião da Associação Braga Ciclável e considera que as ciclovias ‘pop-up’ , anunciadas pela Câmara de Braga, não vão cumprir o objetivo de incentivar as pessoas a utilizar os modos de transporte suaves.

Uma comitiva do partido reuniu-se, esta sexta-feira, com a associação, para debater ideias sobre a mobilidade sustentavél em Braga.

“Esta solução não incentiva o suficiente ao uso da bicicleta e, como não vai haver separação física em nenhuma das ruas, não salvaguarda a segurança de quem escolher fazê-lo. Parece-nos que, infelizmente, esta boa intenção não vai resultar numa aposta de as pessoas verem ali uma alternativa para o transporte”, disse à RUM a deputada municipal, Bárbara Barros. 

A intenção, referiu a comunista, “é boa, mas há outros projetos de calmia de trânsito, redução de velocidade, separação física e segmentação das vias da faixa de rodagem que seriam alternativas com carácter de maior incentivo, do que propriamente esta solução de pintar e assinalar no chão que é uma via partilhada”.  

Bárbara Barros deixou ainda elogios à Braga Ciclável, que considera uma associação “bastante proativa nas propostas que encaminha diretamente para a Câmara Municipal, com projetos interessantes do ponto de vista das soluções para a cidade”. 

CDU e Braga Ciclável partilham também preocupação quanto “ao projeto ciclável pensado para a rodovia, que viria a resolver também esta descentralização entre a UMinho e o centro da cidade”. “Qualquer alteração que seja feita, aproveitando que se vai mexer, devem incluir soluções que alterem o paradigma de mobilidade na cidade. Se é para manter o paradigma não vale a pena estar a investir e mudar o paradigma é dar primazia ao peão, ao transporte público e aos modos suaves”, acrescentou. Neste sentido, a CDU considera necessário “criar condições para que as pessoas deixem o automóvel em casa, com os horários dos transportes públicos conciliados com os de trabalho, condiçõees de segurança e comodidade”. 

A ligação com a UMinho ficará a ser feita num eixo só. As pinturas não vão ser feitas ao longo da rodovia, nem na João XXI. Serão na Avenida Central, da Liberdade e 31 de Janeiro. Uma boa intenção não passa disso mesmo quando não é acompanhada de uma estratégia devidamente fundamentada, de uma decisão política que a queira 

executar. Estas transformações de mobildiade são muito urgentes em Braga”, referiu ainda a deputada da CDU, que garante que a mobilidade será “uma prioridade” na candidatura do partido à Câmara de Braga, este ano.