CeNTI emprega mais 20 investigadores este ano e procura financiamento para novo edifício

O primeiro-ministro considera Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes, instalado em Famalicão, um bom exemplo do modelo de desenvolvimento para o país.

Luís Montenegro inaugurou, esta segunda-feira, o CeNTI, que resulta de um investimento de 5,4 milhões de euros, num edifício de mais de 6 mil metros quadrados que alberga novos laboratórios e equipamentos tecnológicos de última geração.

O chefe do Governo elogiou a sinergia criada entre academia, empresas e centros de inovação.

“Junta conhecimento, academia, experiência das empresas, centros de inovação especializados e juventude com talento e, em parceria com poderes públicos, poderem desenvolver-se novas técnicas. Um país que pode usufruir destas condições tem tudo para vencer”, afirmou o chefe do Governo.

Montenegro considera que “esta interação entre conhecer e ir mais longe no conhecimento científico e tecnológico”, colocando isso em prática nas empresas, cria uma “conceção de país que pode proporcionar as bases para oferecer bons salários e reter o talento” em Portugal.

A aplicação da “nanotecnologia, materiais inteligentes e novas tecnologias” na indústria “faz com que possamos juntar a Portugal mais um fator de competitividade”. “Portugal é hoje um farol de estabilidade política, social e financeira, sendo mesmo uma referência de estabilidade financeira, com uma das melhores performances da União Europeia”, finalizou.

Neste centro de nanotecnologia trabalham cerca de 200 pessoas, mas ainda este ano serão contratados mais 20.

António Braz Costa, diretor-geral do CeNTI, explica que o projeto inicial conta com um outro edifício, para qual será traçado um plano de financiamento em 2025.

“Há novas apostas para a economia, nomeadamente as baterias de lítio em que o CeNTI com o INL estão empurrar a capacidade nacional da produção e reciclagem, mas também outras baterias para o futuro”, apontou Braz Costa.

O responsável lembrou ainda “a grande aposta que a Europa está a fazer na microeletrónica, uma área em que o CeNTI não podia estar de parte, integrando, até, um grupo de entidades portuguesas para investir nessa área, com um projeto já aprovado”.

Para o presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos, “a investigação e inovação é uma realidade cada vez maior no concelho”. “Os modelos de desenvolvimento económico assentam na inovação que traz diferenciação e valor acrescentando, por isso, teremos, em Famalicão, cada vez mais emprego, com salários mias elevados”, denotou o autarca. Mário Passos enaltece ainda a “transferência do conhecimento dos centros para a indústria”, a que se soma o ‘Famalicão IN Hub’, que junta universidades e startups, sendo esta uma rede que se deve “ampliar”.

Fundado em 2006, com uma forte ligação ao tecido empresarial, o CeNTI está vocacionado para o desenvolvimento e engenharia de novos materiais, tendo por base a Nanotecnologia aplicada, os Materiais Avançados e os Sistemas Inteligentes de já participou em mais de 400 Projetos com a indústria, mais de 200 Projetos científicos e possui um portefólio de mais de 90 pedidos de patentes ativos.