Chuva não demoveu cerca de três dezenas de manifestantes pela paz no Médio Oriente

Apesar do mau tempo, dezenas de pessoas reuniram-se, ao final da tarde desta quarta-feira, em Braga, para pedir a paz no Médio Oriente e o fim da agressão a Gaza. A ação foi organizada pelo Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC) e pela CGTP.
A iniciativa contou com a presença da presidente do Conselho Português para a Paz e a Cooperação e ex-deputada na Assembleia da República e no Parlamento Europeu pelo PCP, Ilda Figueiredo, que fez suas as palavras do secretário-geral da ONU, António Guterres. “Os ataques do grupo islamita Hamas “não aconteceram do nada”, visto que o povo palestiniano “foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante”.
Nas últimas semanas, chegam relatos de Berlim, do desenho da estrela de David na entrada de casas de judeus. No Porto, uma sinagoga foi vandalizada. A responsável teme que escalada da guerra entre Israel e o Hamas leve a situações mais alarmantes não só em Portugal como em todo o mundo.
“Estamos a caminhar para um momento muito perigoso. Esperamos que esta situação não se agrave. As comunidades querem viver em paz”, afirma.
Para Ilda Figueiredo, o ataque do Hamas, a 7 de outubro, “não pode justificar tudo”, nomeadamente, “bombardeamentos a populações civil o que inclui escolas e hospitais”. “Estamos a falar que mais de um milhão de pessoas deslocaram-se e, na verdade, foram atingidas na mesma”, declara
Esta não é a primeira iniciativa na cidade dos arcebispos de apoio à Palestina. Raquel Gallego, da União de Sindicatos de Braga, partilha um testemunho de cidadãos que acompanham a situação em Gaza. “Mães estão a tatuar o nome dos filhos nos seus corpos para que, em caso de bombardeamentos, possam identificar os corpos. “Não podemos viver em paz com isto”, sublinha.
Além de cânticos de apoio à Palestina, foram partilhados testemunhos de ativistas que estiveram na região antes da escalada da violência, mas em que puderam perceber as dificuldades de quem apoia a causa, como é o caso de Sílvio Sousa que quase foi deportado.
Com a bandeira da Palestina nas costas, uma ativista dos Países Baixos, mas a residir em Braga há um ano e meio, garante que as notícias que chegam aos noticiários do ocidente não retratam verdadeiramente a situação em Gaza.
“Mantenho contacto com uma ativista que vive em Bethlehem, território ocupado da Palestina. Ela diz-me que tem medo de sair de casa porque o ambiente é muito agressivo. A loja em que o tio trabalha está fechada porque eles entram e aterrorizam toda a gente”, relata. A ativista acrescenta que muitas pessoas, nos Países Baixos, têm receio de defender a causa palestiniana, pois a possibilidade de virem a perder os seus empregos é real.
Esta quinta-feira, a manifestação “pela paz no Médio Oriente e pelos direitos do Povo Palestiniano”, irá ter lugar na Praceta da Palestina, no Porto, pelas 18h00. No sábado está previsto um Encontro Nacional pela Paz, no Pavilhão Desportivo Municipal em Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia. São esperadas mais de 800 pessoas para dizer não à guerra no médio oriente. No domingo, 29 de outubro, a ação ruma a Lisboa. A ação irá decorrer às 15h30, no Martim Moniz.
