“CLICKbaits”. Projeto quer preservar as espécies nativas de água doce da Península Ibérica

Dois investigadores do CBMA – Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Universidade do Minho – estão empenhados em contribuir para a conservação de espécies nativas em água doce.

O projeto “CLICKbaits: Ferramentas digitais para reinventar a conservação de peixes de água doce num mundo em mudança”, está a ser desenvolvido pelos estudantes de doutoramento Janine Silva e Francisco Carvalho. Este é o primeiro trabalho a ser premiado pela Associação Ibérica de Limnologia.

A ideia passa por perceber quais as espécies mais conhecidas, ou seja, se são nativas ou não nativas, e de que forma os traços, por exemplo cor e forma, contribuem para esse destaque junto dos cidadãos.

Em entrevista ao UMinho I&D, Francisco Carvalho explica que numa primeira fase o trabalho passará pela pesquisa de dados online para conhecer os interesses dos cidadãos. Posteriormente, estes dados serão alvo de análise para perceber as tendências. Numa segunda fase, os investigadores vão levar até às escolas, que irão servir como raio de amostragem, conteúdos de vídeo gravados por diferentes investigadores dos dois lados da fronteira.

“Queremos apresentar as nossas espécies nativas e perceber, ao longo do tempo, de que forma este contacto acabou por influenciar os interesses desses alunos”, refere.

Neste momento, os dois estudantes de doutoramento estão a traçar a estratégia que será utilizada durante o projeto, a título de exemplo quais os rios e escolas que vão participar no “CLICKbaits”, visto que o objetivo é que funcione em rede com investigadores de Espanha, nomeadamente, na recolha de conteúdos que serão utilizados em apresentações.

Questionado sobre os resultados do estudo “Os peixes esquecidos do mundo”, publicado em 2021, que revela o decréscimo das populações de sável, enguia e lampreia, em Portugal. O investigador aponta diferentes causas para esta realidade começando pela poluição e presença de microplásticos, passando pela criação de barreiras, as conhecidas barragens, que impedem vários peixes de fazer a travessia entre o mar e o rio para desovar. 

O interesse do ponto de vista comercial é outra das causas em especial no caso da lampreia. Um aspeto interessante apontado pelo investigador deve-se ao facto de a lampreia, em Portugal, começar a escassear e nos Estados Unidos da América abunda, sendo mesmo considerada uma espécie invasora. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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