CLOSE-UP regressa a Famalicão para debater o futuro pelas lentes do cinema

Memórias do Futuro é o mote do CLOSE-UP, o Observatório de Cinema da Casa das Artes de Famalicão, que foi apresentado esta segunda-feira. A nona edição decorre entre os dias 12 e 19 de outubro, passando por cafés com cines-concertos, filmes, tertúlias e programação voltada para as famílias e estudantes.
Com mais de 30 sessões de cinema, o evento “vai proporcionar um diálogo com o público através das sessões comentadas e do cruzamento de géneros artísticos”, como sublinha o programador de Cinema na Casa das Artes. Vítor Ribeiro adianta que o evento arranca a 12 de outubro com o cine-concerto da cantora portuguesa Surma, a musicar “pela primeira vez” o filme ‘Um Cão andaluz’, de Luis Buñuel.
Ainda na mesma proposta, tem lugar um concerto para as famílias, adianta, em que a Orquestra da Costa Atlântica irá apresentar, no dia 13, as longas de Charlie Chaplin, ‘A Loja de Penhores’ e ‘O Imigrante’. Outra sessão especial, junta Joana Gama e Luís Fernandes, a 16 de outubro, no espetáculo Strata. Na sessão de encerramento, a 19 de outubro, será apresentado “Glimmer”, com Rui Horta e Micro Audio Waves, “num cruzamento da dança com a música”.
As sessões de cinema vão ser temáticas e vão andar à volta “de uma ideia de memórias de futuro”, nas ‘Paisagens Temáticas’, que espelham a visão dos filmes sobre o futuro. Outro dos destaques, segundo o responsável, é a sessão dedicada ao cineasta norte-americano William Friedkin, na rubrica ‘Histórias de Cinema”, o realizador Quentin Dupieux é destaque na programação do ‘Isto não é um filme’ e a produção portuguesa ganha vez na secção ‘Fantasia Lusitana’, “que este ano foi feita em parceria com João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata”.
Vítor Ribeiro sublinha que a programação foi pensada para ter outras artes a “gravitarem”. “Para montar o programa, pegamos em autores que queremos mostrar e depois vamos procurando afinar o que nós fizemos este ano com esta ideia de memórias de futuro, até chegar a um programa”.
“O CLOSE-UP coloca o cinema a falar com os estudantes, com propostas que eles não encontram normalmente”
Com programação voltada para escolas “a ocupar uma fatia bastante relevante do evento”, há uma tentativa de formar espectadores de cinema. Para Vítor Ribeiro não faz sentido fazer uma programação voltada para os mais jovens e “não olhar para o que é produzido em Portugal”.
O responsável garante que, assim o público pode esperar uma “programação intensa, mas procura deixar o espectador respirar”. Aponta que a organização pensou no evento de forma a que seja capaz de dialogar com a comunidade, “desde os estudantes que têm 6 ou 7 anos até aos espectadores habituais”.
*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Vanessa Batista
