“Colete de forças” do subfinanciamento tem limitado projetos de investigação da EPsi

A falta de docentes e o subfinanciamento da Universidade do Minho marcaram o 14º aniversário da Escola de Psicologia. Apesar de o último ano ter sido “globalmente positivo”, o presidente da unidade orgânica não esconde que tal só foi possível graças ao sacrifício das pessoas que fazem parte desta casa.
Em declarações aos jornalistas, Miguel Gonçalves compara o subfinanciamento do ensino superior com um “colete de forças”, o que tem colocado uma pressão “considerável” sobre os recursos humanos. O responsável fala ainda em “falta de liquidez financeira para executar projetos de investigação e de interação com a comunidade”.
Recorde-se que desde 2009, as dotações das instituições de ensino superior (IES) têm sido calculadas usando apenas o histórico do ano anterior, ignorando quaisquer variações no número de alunos ou nos restantes parâmetros previstos na fórmula de financiamento, como sejam, a qualificação do corpo docente ou a eficiência formativa. Algo que tem prejudicado a UMinho, assim como outras academias que, ao longo dos anos, têm visto o número de alunos aumentar consideravelmente.
A cerimónia do 14º aniversário da Escola de Psicologia contou com a presença do diretor da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Tiago Teixeira, sobre os “Contributos da Psicologia para um ponto final à pobreza”. Ora, na ótica de Miguel Gonçalves é premente que a evidência científica em psicologia seja mais divulgada, de modo a fazer cair por terra a ideia de que psicologia e “senso comum” são a mesma coisa.
Miguel Gonçalves alerta para a necessidade de continuar o caminho, feito durante a pandemia, de redução dos preconceitos em relação à saúde mental que, de acordo com o presidente da EPsi, é responsável por um elevado número de suicídios. “O número de mortos por suicídio, num ano, é mais que por homicídio e guerra”, sublinha.
Atualmente, a EPsi conta com 674 alunos inscritos em 13 cursos, 29 docentes, 26 investigadores e sete trabalhadores técnicos, administrativos e de gestão. Tem igualmente ligações estreitas com o laboratório colaborativo ProChild.
