Comerciantes e clientes dão nota positiva à Praça mas denunciam frio e humidade

Pouco passava das 11horas desta segunda-feira, dia 14 de Dezembro. As portas da Praça estavam abertas desde as 7horas, mas poucos foram os clientes que por ali passaram neste início de semana. Os comerciantes bem dizem que “as segundas e quartas-feiras são os dias mais fracos. O movimento era, realmente, pouco à hora que entramos no mercado. Ainda assim, encontramos um casal que visitava pela primeira vez o renovado Mercado e duas freguesas que já eram repetendes nas idas à Praça.
No espaço de uma semana, Joaquina Duarte veio pela segunda vez às compras. Junto a uma das floristas confidenciou à RUM gostar do mercado, mas, estranhou, o facto de as “bancas estarem muito vazias”. “Deve haver poucos clientes”, tentou justificar. “Acho bonito, mas é um bocado frio”, referiu ainda.
Alice Fernandes também é cliente do Mercado Municipal, junto a uma das muitas bancas da fruta, enquanto fazia as suas compras, dizia à RUM que agora há “espaço para andar e consegue ver-se melhor as coisas”. “Estou a gostar muito”, assegurou. No entanto, esta cliente deixa um alerta: “Há ali uma escadas, em que já caíram duas senhoras no sábado, porque vão a olhar para a fruta e não contam com aquilo, acho que devia ser melhorado”, alertou.
Domingos Mota e a esposa Maria Carvalho iam conhecendo e comentando o mercado. Garantem que a Praça “está um espectáculo”. Quanto ao frio de que alguns se queixam, lembram, “antigamente ainda era pior”. “Temos que nos adaptar”, disse Maria enquanto procurava algumas das comerciantes de quem é freguesa.
“Tem chovido cá dentro, mas dizem que vão melhorar”
Há comerciantes que fazem do Mercado uma segunda casa. Maria do Céu Ramoa vende flores há mais de 40 anos. Herdou o gosto e o negócio da mãe, que já era florista. Poucos dias depois de se instalar no novo mercado, garante que o negócio corre bem e que o espaço atrai “mais pessoas”. “Tem chovido cá dentro, mas dizem que vão melhorar, o frio já no outro se sentia”, afirmou. O estacionamento parece ser o problema que atormenta todos os comerciantes. “Vai acabar por afastar os clientes, porque vão para os mercados, onde há parque gratuito”, lamentou Maria do Céu.
Do outro lado, Juliana Miranda, vendedora de frutas e legumes, há sete anos, é da mesma opinião. “É uma desgraça, ou é multa ou tem que se pagar o dia todo. Não sei o que compensa mais, precisamos de uma alternativa”, apontou. Juliana, tal como Maria do Céu, lamenta a humidade e o frio. “Sei que vão melhorar, mas caem muitas pingas e molha muito as coisas”. A vendedora lamenta ainda o horário. “À segunda-feira estamos aqui a limpar a banca. Estar aqui todos os dias não compensa”, frisou.
O negócio, para já, “tem corrido bem”, mas também é preciso dar tempo aos clientes para encontrar as bancas.
Do lado do talho, encontramos José Vilas Boas, talhante há mais de três décadas. Agradado com a Praça e as novas condições, José só tem um pedido a fazer: “Gostava que tivesse um multibanco”.
“Vendo mais um bocado aqui, mas o estacionamento afasta os clientes”, concordou.
O Mercado Municipal reabriu ao público no dia 5 de Dezembro, depois de mais de um ano em obras e de um investimento superior a seis milhões de euros.
As portas da Praça fecham-se de segunda a sexta-feira às 17horas e aos sábados às 14 horas.
