Confiança: Caso ABB perca processo, prazo pode mesmo assim ficar curto para requalificação

Mesmo que a construtora Alexandre Barbosa Borges (ABB) perca o processo referente à impugnação da adjudicação da obra de transformação da antiga Fábrica Confiança numa residência universitária, o prazo de execução dos trabalhos pode ficar curto para a requalificação. A preocupação foi expressa pela vereadora com os pelouros das Obras Municipais, Gestão e Conservação de Equipamentos Municipais, Olga Pereira.
Questionada pela RUM sobre este processo, a vereadora adianta que caso a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga seja em detrimento da autarquia, o executivo terá de “analisar com o candidato a quem o júri determinou adjudicar esta empreitada, se ainda é possível concretizar a obra dentro do prazo previsto”.
Recorde-se que em jogo estão 25,5 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que determina que o projeto terá de estar concluído até 2026.
Este impasse está a alarmar os estudantes da Universidade do Minho que apelam a uma rápida resolução da impugnação do concurso público para que as mais de 700 camas previstas para a antiga saboaria sejam uma realidade.
“Nós há vários anos que andamos a trazer a público as necessidades dos estudantes ao nível do alojamento. Necessidades essas que têm vindo a agravar-se. Com o PRR vimos, finalmente, uma oportunidade de utilizar este espaço para uma residência. Estamos muito preocupados”, afirma a presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Margarida Isaías, que esta terça-feira à noite lançou um comunicado nas redes sociais a apelar à rápida resolução do problema.
A AAUMinho considera “inaceitável que litígios deste tipo ameacem o futuro de jovens que já enfrentam desafios significativos à frequência no Ensino Superior”.
Segundo um estudo recente, o valor médio que um estudante precisa mensalmente para frequentar o ensino superior em Portugal é de 900 euros, dos quais 33,5% é destinado ao alojamento.
A representante dos estudantes da UMinho alerta para este flagelo que afeta, sobretudo, estudantes deslocados e bolseiros, uma comunidade crescente no seio da instituição de ensino superior minhota. “Não podemos mesmo põr em causa esta nova residência”, declara.
A AAUMinho tomou a liberdade de enviar o comunicado para as entidades diretamente responsáveis pelo projeto, nomeadamente, a Câmara Municipal de Braga, a reitoria da UMinho, Serviços de Ação Social e para o Ministério da Educação.
