Confraria planta 5 mil árvores no Bom Jesus para criar faixa de proteção contra incêndios

A Confraria do Bom Jesus adquiriu um terreno, com cerca de dois hectares, por 50 mil euros, para plantar cinco mil árvores e estabelecer uma faixa arbórea de proteção contra incêndios. O projeto-piloto teve início esta terça-feira, com a plantação de 500 árvores autóctones, na denominada “Bouça do Souto”.
Depois da ameaça do fogo, nos grandes incêndios que assombraram a cidade de Braga, em 2017, a Confraria do Bom Jesus quis “criar uma faixa de proteção, tendo em conta os limites da parte sul, que são os mais perigosos”, explicou Mário Martins, presidente da Confraria. O objetivo é chegar às cinco mil plantações e, para isso, o responsável desafiou a população, as empresas e instituições a juntarem-se ao projeto, com a plantação de árvores autóctones, como sobreiros, castanheiros, carvalhos, bétulas, entre outras. Para isso, basta entrar em contacto com a Confraria do Bom Jesus.
Mário Martins espera ter este espaço reflorestado dentro de “dois a três meses”. O cónego criticou ainda a falta de apoio a estas ações, uma vez que não existem candidaturas disponíveis. “Infelizmente, a natureza não espera pelas decisões políticas e, por isso, decidimos avançar com este projeto”, acrescentou.
Na Semana Europeia da Mobilidade, os Transportes Urbanos de Braga lançaram um desafio e, por cada novo cliente, plantaria uma árvore. Segundo Ricardo Rio, “foram 800 os aderentes e 500 árvores serão plantadas no Bom Jesus”. A Câmara de Braga doou outra meia centena de árvores. No total, nesta primeira fase deverão ser plantadas cerca de duas mil.
O autarca frisou o “enormíssimo esforço de reflorestação que Braga tem feito ao longo dos últimos anos, que se materializa em milhares de árvores em diversos locais”. “Ao longo dos últimos anos, ouvimos muito debate público por abate de uma dezena de árvores de cada vez e pouco eco de plantação de centenas de árvores de cada vez”, apontou. O presidente da Câmara considera que esta é uma iniciativa que permite “promover a valorização paisagística e a salvaguarda ambiental e permite garantir condições de sustentabilidade e promoção de melhor qualidade de vida, porque vão contribuir para a descarbonização do concelho”.
“Um dia em que se planta uma árvore é um dia de festa. É dos atos que representam uma maior conexão intergeracional”, afirmou o autarca.
D. José Cordeiro, arcebispo de Braga, apontou o momento como sendo “significativo, do agora e do futuro”. “A árvore é símbolo da vida, do crescimento e da ecologia integral, que não e só ambiental, mas da construção do desenvolvimento integral da pessoa humana e do bem comum”, explicou.
