Confraria finaliza candidatura para requalificar apeadeiros do Bom Jesus

Está renovado o compromisso entre a Confraria do Bom Jesus do Monte e o Município de Braga tendo em vista a valorização daquele património Mundial da UNESCO, seja através de obras e iniciativas de conservação, como também de valorização e divulgação. Um protocolo que surge no âmbito de uma nova candidatura, agora a fundos do Portugal 2030, e que resultará na renovação dos apeadeiros do Elevador do Bom Jesus do Monte. 

Começando pela zona superior, a Casa dos Correios vai ser recuperada para dar lugar ao Centro Interpretativo do Bom Jesus e uma cafetaria com o exterior a ficar reservado, maioritariamente, para um banco de contemplação do Bom Jesus e da cidade. 

O edifício, em avançado estado de degradação, contará ainda com escadas de acesso e um elevador para pessoas com mobilidade reduzida. A intervenção deverá custar um milhão de euros. O projeto é do arquiteto bracaranse Carvalho Araújo. 

Já o apeadeiro inferior será recuperado mantendo igualmente a fachada que hoje apresenta. O interior contará com uma sala de espera para os utilizadores do elevador que adquirirem bilhete. 

Mais ao lado, entre o apeadeiro e o pórtico serão construídas casas-de-banho de apoio para turistas e visitantes, disfarçadas pela própria natureza, numa obra que pretende preservar a essência do Bom Jesus do Monte mas, em simultâneo, modernizá-la para assegurar conforto a quem usufrui do Património da UNESCO, seja em lazer ou turismo.

Dada a limitação orçamental, a candidatura a fundos do Portugal 2030, que ultrapassa os 2Milhões de Euros, é insuficiente para as ambições da Confraria. A renovação do parque junto ao pórtico fica adiada, mas não a entrada para o pórtico que se pretende mais amiga dos peões. Foi lançado um desafio ao presidente do município para que seja a autarquia a assumir essa intervenção, cujo projeto já está feito. Pretende-se retirar o alcatrão e priveligiar o granito numa transição pedonal segura até ao início dos escadórios. Um desafio imediatamente aceite.

O projeto foi apresentado por Varico Pereira, da Confraria, e antecedeu a assinatura do protocolo, no Centro de Memórias do Bom Jesus, entre o Cónego Mário Martins, presidente da Confraria, e Ricardo Rio, presidente da CMB.

O Centro Interpretativo manterá as linhas e a fachada com as principais alterações a surgirem no interior do edifício que durante muitos anos foi utilizado como café. Agora, surgirá apenas “uma pequena esplanada e no interior uma cafetaria” que se pretende que seja também uma zona com exposições temporárias, dinamizada também com conferências e pequenos concertos. “Queremos que seja um espaço dinâmico e vamos utilizar as paredes para exposições”, referiu. O centro interpratativo surgirá num piso inferior com paredes digitais até porque o espaço físico não é muito grande. As dimensões patrimonial, religiosa e histórica estarão em destaque.

Já o apeadeiro inferior, datado de 1982, terá um aspeto “similar” dada a “preocupação com a autenticidade do património”. Serão recuperadas as grades onde hoje em dia estão “taipais”. Assim será possível observar melhor o próprio elevador. Ao lado surgirá uma pequena zona de estar para compra de bilhetes e espera para a chegada do elevador. Serão instalados torniquetes automáticos. As oficinas de manutenção continuam no mesmo local. Uns metros ao lado e ainda antes do pórtico, a Confraria pretende instalar casas de banho de apoio. “Não se vão ver, vão ficar por baixo do terreno, refazendo um muro de pedra. A entrada será lateral. O objetivo é manter também esta integridade, num serviço que é necessário junto ao Elevador do Bom Jesus”, clarificou ainda Varico Pereira. Toda esta obra deverá custar quase um milhão de euros.

Trabalhos devem decorrer entre maio de 2024 e maio de 2025


A candidatura ao Portugal 2030 será submetida até dezembro  de 2024 e a Confraria estima que os trabalhos no terreno possam avançar em maio de 2025 e durar um ano, manifestando total confiança na aprovação da candidatura.

Ainda a propósito do protocolo com o município de Braga, trata-se de um pressuposto obrigatório para submeter a candidatura, mas também o reforço de um compromisso entre as partes já que se trata de um dos principais ativos turísticos da cidade. Além das obras mencionadas anteriormente está prevista a requalificação do muro do Jardim de Camilo.

Para lá do edificado, o protocolo prevê a implementação de um plano de comunicação que inclui a criação de um vídeo promocional do Santuário, a conceção e dinamização de atividades lúdico-pedagógicas Escola Património, assim como atividades culturais no santuário além de visitas guiadas.

Compromisso com o património


O presidente da Confraria do Bom Jesus do Monte acredita que esta é “mais uma etapa que ajuda a requalificar o espaço” antecipando a possibilidade de uma quarta etapa. “Neste preciso momento é o projeto que nos falta para tornar o Bom Jesus aquela estância”, aponta.

Já o presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, reafirma o compromisso com o património da UNESCO, a sua valorização, preservação e promoção e aceita o desafio lançado pela confraria relativamente ao pórtico. “Estamos completamente alinhados com os objetivos da Confraria de restringir o acesso mais massificado, precisamente para proteger uma utilização mais qualificada daquela zona. É com muita satisfação que nos associamos a esta candidatura e, obviamente, continuarão a contar connosco para estes e outros projetos em torno do Bom Jesus”, sublinha.

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Elsa Moura
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