Guimarães acolhe Contextile 2024 durante mais tempo e com mais atividades

Com o têxtil como o principal elemento de reflexão, pesquisa e criação, a Bienal de Arte Têxtil Contemporânea vai decorrer entre 7 de setembro e 15 de dezembro, em vários espaços culturais e áreas públicas de Guimarães. A apresentação da sétima edição da Contextile foi realizada esta quinta-feira, nos jardins da Sociedade Martins Sarmento.
Ao longo de 100 dias, a programação é composta pela Exposição Internacional, com 57 obras de 50 artistas “que foram selecionados através de uma open cal a expor no Palácio de Vila-Flor”, ressalta a diretora artística. Cláudia Melo destaca também uma exposição no Centro Internacional das Artes José de Guimarães, que presta homenagem a Josep Grau-Garringa, falecido em 2011. Além disso, está ainda prevista uma exposição com 11 artistas canadianos selecionados, enquanto país convidado para esta edição.
Completam o cartaz da Bienal, residências artísticas, uma exposição coletiva de escolas, workshops “abertos ao público” e tertúlias, “que se dividem entre as ‘Textile Talks Arte’ e momentos voltados para o ensino artístico”, sublinha. Há ainda algumas intervenções em espaço público, que vão decorrer “durante todos os meses em que o evento estiver patente”.
Contextile gera uma “relação fundamental” entre artistas, produtores locais e indústria regional
Cláudia Melo enfatiza a importância do trabalho realizado pela Contextile, “que vai além de Guimarães”, no sentido de criar uma relação entre artistas, produtores locais e a indústria regional. A responsável fala de uma cultura têxtil, que tem sido trabalhada junto ao “Vale do Ave e outros territórios internacionais”. “A relação com a indústria é fundamental, uma vez que Guimarães é uma cidade de indústria têxtil”.
Realizada desde 2012, a Contextile vai ao encontro de outros projetos desenvolvidos em conjunto com a ‘Ideias Emergentes’ – que organiza a Bienal –, como é o cado do “Bairro C, Fornos da Cruz Pedra e ateliês artísticos”, recorda o vereador com o pelouro da Cultura. Para Paulo Lopes Silva, essa presença significa “muito para a continuidade e para o crescimento dos projetos”. “Tem havido a preocupação do envolvimento de artistas e produtores locais, e de todo um conjunto de pessoas vimaranenses que têm também nesta Bienal uma oportunidade de trabalho”, acrescentou.
Outro impacto importante para o concelho, segundo o autarca, está relacionado com a época em que o Contextile decorre. Para Paulo Lopes Silva, o facto do evento acontecer na fase final do verão, “que é a altura do pico da procura turística”, e ao prolongar-se até dezembro “tem impacto na economia e no turismo local”.
*Escrito por Marcelo Hermsdorf e editado por Liliana Oliveira
