Covid-19. Está a aumentar número de doentes que precisam de internamento

O número de internamentos voltou a subir e a situação mereceu, hoje, particular atenção da Ministra da Saúde na habitual conferência de imprensa. Portugal tem actualmente nas suas unidades de saúde, 1084 internados com covid-19, 267 em cuidados intensivos.
Em unidades de cuidados intensivos estão “sobretudo pessoas idosas”. A Directora Geral de Saúde disse também que as crianças que são internadas, “têm tido uma capacidade enorme de recuperação”. “Temos a boa notícia de que em idades pediátricas a situação tem evoluído muito bem”, revelou.
Sobre a taxa de letalidade de 2.6 no nosso país, a Ministra da Saúde referiu que as taxas de letalidade para esta doença “reflectem um conjunto de aspectos”. “Estamos com países do espaço europeu com taxas de letalidade muito superior. A estrutura demográfica da população, os hábitos de convívio, a permanência dos idosos em casa, são aspectos que podem ser causas justificativas que nos devem fazer reflectir à medida que a epidemia avança”, esclareceu.
Marta Temido assinalou ainda que o número de ventiladores está a aumentar no país, quer através da compra do Estado como de aquisições de câmaras municipais, empresas e particulares.
Os equipamentos que este domingo chegaram (144) vão ser distribuídos tendo em conta as necessidades de cada unidade hospitalar. 78 ficam na região de Lisboa.
As restantes entregam estão agendadas para 6, 13 e 30 de Abril. Também em Maio ainda devem chegar ventiladores, independentemente da evolução da pandemia no nosso país.
Procedimentos a adoptar com idosos
Sobre a capacidade de internamento hospitalar, Marta Temido explicou que o sistema deve ser utilizado de forma “eficiente”. “Os hospitais devem ser efectivamente reservados para os casos graves e críticos”, disse. A Ministra da Saúde apelou às estruturas residenciais para idosos e unidades de cuidados continuados e paliativos para que sigam todas as regras, incluindo testes e período de quarentena para cada novo utente. “Quando não é possível realizar o teste antes da admissão, a mesma pode ocorrer se ele for isolado e se todos os funcionários tomarem as medidas necessárias de protecção”, explicou.
Para deslocações a serviços de urgência, a Ministra da Saúde refere que utentes com deslocações inferiores a 24 horas, devem ficar apenas em isolamento, sem necessidade de fazer um teste de admissão. Caso esteja a regressar de um internamento, o Hospital deve promover a realização do teste ao utente antes do regresso à instituição.
Em caso positivo e que não necessite de apoio hospitalar, o utente pode regressar à instituição onde o utente estava, mas com as condições adequadas. “Devem estar isolados dos restantes, com cuidadores devidamente protegidos”, especifica. Caso o estado do utente se agrave, deve ser encaminhado para a unidade hospitalar.
“Precisamos do esforço de todos para encontrar as melhores respostas sociais para cada caso”, avisou.
Mais de 180 óbitos registados em Portugal por covid-19 situam-se no grupo com mais de 80 anos, segundo dos dados revelados este domingo pela Direcção Geral de Saúde.
Portugal tem actualmente 1332 profissionais de saúde com casos confirmados de infecção.
Há entidades que estão a marcar o teste laboratorial com períodos mais distantes, reconheceu hoje a Ministra da Saúde que disse também que estão em articulação com os laboratórios e entidades privadas.
“Algumas avarias de parceiros privados atrasaram as respostas, assim como na dificuldade de acesso a zaragatoas”, disse. Segundo a Ministra da Saúde, com a chegada de mais material a situação pode ficar “normalizada” durante a próxima semana.
Ventiladores e utilização de equipamentos de protecção individual
Esta semana, Portugal deve receber mais 508 ventiladores. Quanto ao uso de protecção, a directora geral de saúde insistiu que o uso indevido pode ser contraproducente.
Sobre as luvas, com o toque numa superfície contaminada os vírus são transmitidos na mesma. “As luvas servem para ser utililizadas uma única vez. Se não for assim, lavemos e desinfectemos as mãos e não tocar sobretudo na boca, nariz e olhos.”Muito cuidado com a utilização de luvas indevidamente. Lavar as mãos, lavar as mãos”, insistiu Graça Freitas.
