Crise no sector cultural. Mais de 24 mil espectáculos não aconteceram

Aproximadamente 24 mil espectáculos foram adiados, cancelados ou suspensos devido à pandemia do novo coronavírus. Os dados foram avançados pela APEFE – Associação de Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos – em conjunto com as principais empresas de bilhética nacionais (Ticketline, Blueticket e BOL). Os espectáculos contabilizados deveriam realizar-se entre os dias 8 de Março a 31 de Maio.
A divulgação destes dados permite uma leitura real e fidedigna do impacto económico no sector dos espectáculos ao vivo, decorrente das medidas de contenção da crise epidémica Covid-19 e que levou à paralisação total da actividade de milhares de pessoas, que ocorreu mesmo antes da declaração do estado de emergência no passado dia 18 Março.
Face à renovação do estado de emergência, a APEFE anuncia que estes números “só poderão aumentar nas próximas semanas”, não só relativamente a eventos ainda agendados para o mês de Maio e que escaparam à primeira “avalanche” de cancelamentos, como pela incerteza da possibilidade da realização de outros espectáculos nos meses seguintes, conduzindo-nos a uma crise sem precedentes no mercado da cultura em Portugal.
Todas as empresas e profissionais ligados à cultura, salas de espectáculos, artistas, técnicos, empresas de audiovisuais, promotores de espectáculos, agências e um sem número de fornecedores e profissionais, apresentam uma quebra de 100% na sua facturação, no seu rendimento e estão proibidos de exercer a sua actividade, criando um problema gravíssimo de subsistência e sobrevivência a milhares de pessoas e empresas do sector cultural.
