Crise nos combustíveis inflaciona preços das flores mas vendas aumentam

O Dia de Todos os Santos assinala-se esta segunda-feira e fica marcado pelo regresso à normalidade, com a habitual ida aos cemitérios. As famílias portuguesas visitam as sepulturas, deixando ramos e velas nas lápides dos familiares. As flores são o símbolo desta festividade e, de acordo com os vendedores da Praça do Município, nesta altura, o negócio conta com um verdadeiro balão de ar fresco em termos de vendas, face às outras épocas do ano.


Há quatro décadas na Praça do Município, Albina Noversa menciona que 2020 foi “péssimo”, mas, este ano, tem-se revelado mais positivo. Domingo foi o pior dia para o negócio, devido ao mau tempo. A florista confessa que não se preveniu muito, mas que ainda vendeu “bastante”. Tal como as colegas de profissão, Albina evidencia que o preço das flores está caro por interferência da subida de preço dos combustíveis. Porém, discorda que o negócio esteja fraco. Em declarações à RUM, comenta que as pessoas “têm por hábito queixarem-se”.


Rosa Oliveira admite que os últimos anos foram melhores, referindo que há poucos clientes a comprar na praça ou no mercado. A vendedora de 68 anos afirma que agora há “uma loja em cada canto e em cada esquina” e que, por isso, as pessoas aparecem pouco. No último dia, Rosa tenta vender a preços mais baixos para “não perder tudo”.

Lisete Lima, de 45 anos, é florista na Praça em frente à Câmara Municipal de Braga há mais de 20 anos e garante que, este ano, a venda tem sido “fraquinha”. Aponta o impacto da pandemia como causa para a época baixa, como também o aumento do preço das flores, fruto da crise energética. A comerciante comenta ainda que as pessoas não querem comprar nada muito caro, o que a obriga a “fazer preços mais em conta”, a variar entre os cinco e os 20 euros.

A mesma opinião tem Glória Graça, que tenta vender flores e ramos a preços razoáveis, com preços máximos fixados em 25 euros. Na Praça há quase oito anos, a comerciante menciona que “há dias de tudo”. Para Glória, o sábado foi o que “correu melhor”. Em contrapartida, esta segunda-feira foi o menos positivo. “Hoje, muita gente não vem nem pensa vir. Eu venho sempre para (Praça do Município) despachar o resto das flores que tenho”. 

A subida de preço de vários setores da economia contribuiu também para o fecho de empresas e armazéns neste setor. A florista confidencia que foi a vários sítios e que lhe pediram “muito dinheiro” por cada molho de flores. “A concorrência é que faz o preço”, frisa.

O aumento dos combustíveis é apontado pelas vendedoras como o principal motivo para a subida de preços nas flores. Apesar disso, o retorno das visitas aos cemitérios contribuiu para que, este ano, fosse mais rentável, em comparação com 2020.

No ano passado, os cemitérios estiveram fechados, como medida de prevenção contra a Covid-19. Esta segunda-feira, com o alívio das restrições, as visitas voltam a acontecer em diferentes locais do país.

*Escrito por Ana Sofia Leite

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