Cultura e natureza podem ser trunfos para chamar turistas a Braga no pós-pandemia

O património cultural e a natureza serão dois dos principais chamarizes para devolver turistas à cidade de Braga no período pós-pandemia Covid-19. A perspectiva foi sublinhada esta sexta-feira pelo painel que integrou o segundo ciclo do Fórum do Turismoiniciativa promovida pela Câmara de Braga em parceria com a Associação Comercial de Braga, que pretende debater os principais desafios do turismo em época de crise.

Paulo Cruz, pró-reitor da Universidade do Minho, enfatizou que, no futuro, o turista possa tornar-se receoso e não admitir, sequer, sair da unidade hoteleira dentro da qual estará instalado. É aí que, na opinião do académico, o conhecimento associado à transformação digital terá um peso determinante para atrair novos visitantes. 


Num futuro próximo será possível brindar um turista, em qualquer altura do ano, a possibilidade de, sem sair do conforto e segurança do seu hotel, usufruir de conteúdos virtuais e de realidade aumentada“, adiantando, a este propósito, que Braga, “por dispor já de um ecossistema de turismo, cultura, ciência, tecnologia e indústrias criativas, estará preparada para operar uma rápida transformação digital“. 

O posicionamento de Braga na atracção cultural e histórica foi também assinalada por Manuel Proença, presidente do Grupo Hoti Hotéis. “O turismo de lazer, de praia, foi ultrapassado pelo turismo urbano, cultural, religioso e de natureza, e Braga, nesse aspecto, está bem. Creio que dentro de dois, três anos voltaremos à normalidade”. Pela sua experiência como responsável de um grupo hoteleiro, Manuel Proença adiantou também o esforço desenvolvido pelo sector na salvaguarda de condições de segurança para o regresso dos turistas, através da implementação do selo clean & safe, que pretende promover Portugal como destino seguro.

O turismo religioso e de natureza em Braga tem reflexo no Bom Jesus do Monte, que cruza todo o cariz litúrgico às dezenas de hectares envolventes ao santuário. Na qualidade de administrador dos hotéis do Bom Jesus, Varico Pereira estimou que “o turismo de espaço aberto vai aumentar“, beneficiando os hotéis dos quais administra, mas alertou que até à reabertura das fronteiras e do espaço aéreo todos os cenários estão em cima da mesa. 

“A única coisa que sabemos é que grande parte do nosso turismo é internacional. Antes de tudo isto dependíamos dos turistas internacionais para termos boa actividade“, considerou.

O perfil do turista estrangeiro é um dos que está a ser estudado pela Universidade Católica para encontrar o novo desenho do turista. Carla Cardoso, professora na Universidade Católica de Braga, revelou que já estão estabelecidas “as intenções de viagem, os mercados e os produtos procurados pelos turistas no pós-pandemia“.


Nesse sentido, o país “causou uma boa imagem num contexto difícil” e será um dos destinos mais procurados quando as fronteiras e o espaço aéreo reabrirem.

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Pedro Magalhães
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