De 1975 a 2019 passamos das eleições mais participadas ao recorde de abstenção

A 25 de abril de 1975, Portugal assistia às eleições mais participadas da democracia. A 6 de outubro de 2019, as legislativas vimos a abstenção atingir um recorde absoluto, com mais de 51% dos portugueses a não ir às urnas.
Desde 75 que a abstenção tem vindo a aumentar exponencialmente, com exceção para três momentos da história.
A abstenção tem vindo tendencialmente a subir desde 1975, ano em que foi registada, segundo o portal PorData, uma taxa de 8,5 %, sendo que nas últimas legislativas, em 2019, foi atingido o valor mais alto de sempre, 51,4%.
Das 16 vezes em que os portugueses foram às urnas para escolher os seus representantes na Assembleia da República, a taxa de abstenção desceu apenas em três momentos.
Em 1976 fixou-se nos 16% e quatro anos depois nos 12,9 pontos percentuais. PSD-CDS-PPM voltou a vencer pela segunda vez seguida ao conseguir um reforço da sua votação e obter 47,6% dos votos e 134 deputados. Com este resultado, Sá Carneiro era reconduzido como Primeiro-Ministro mas após o seu trágico falecimento em Camarate, Francisco Pinto Balsemão seria o seu substituto no cargo a partir de 1981.
Depois, entre 1999 e 2002 passou de 39% para os 38,4% voltando a descer em 2005 para os 35,6.
Voltemos atrás na história. Em 99, O PS de António Guterres conseguia uma nova vitória com 44,1% dos votos, mas falhava a maioria absoluta por apenas um deputado. Em 2002, vencia Durão Barroso e onze anos depois o PSD estava de novo ao leme da nação.
Em 2005, as eleições foram antecipadas depois do presidente Jorge Sampaio ter demitido o Primeiro-Ministro Santana Lopes apenas 4 meses após lhe ter dado posse. Em 2005, o PS com José Sócrates conseguia o melhor resultado da sua história e obtinha a maioria absoluta pela primeira vez na sua história.
Desde então o número de eleitores que não vai às urnas aumentou.
Depois do chumbo do Orçamento do Estado, O Presidente da República dissolveu o parlamento e anunciou eleições antecipadas para 30 de janeiro. Este domingo são chamados às urnas 10 milhoes 821 mil e 244 portugueses para escolherem os deputados que vão ocupar os 230 lugares do Parlamento e, mediante isso, será conhecido o líder do próximo Governo de Portugal.
Em Braga, 776 mil 638 eleitores vão definir quem ocupa os 19 lugares da Assembleia da República, pelo terceiro maior círculo eleitoral do Partido, que conta com 17 listas concorrentes.
Quase 286 mil eleitores votaram antecipadamente no país, a 23 de janeiro. Destes votos, 6782 partem de Braga.
Os cinco círculos eleitorais que elegem 60% dos deputados – Aveiro, Braga, Lisboa, Porto e Setúbal- são aqueles onde a participação eleitoral é mais elevada, ficando a abstenção abaixo ou ligeiramente acima da média nacional.
Aliás, Braga e Porto são os únicos dois círculos onde na última década a abstenção não passou a fasquia dos 35%.
Com o cenário pandémico a atingir números recordes, e com as pessoas em isolamento profilático ou infetadas a poderem exercer o seu direito de voto, são muitas as vozes políticas e investigadores da área a temer um novo recorde da abstenção.
