“Educação superior deve ser capaz de perspetivar o futuro além de ciclos governamentais”

O reitor da Universidade do Minho (UMinho), Rui Vieira de Castro, afirmou hoje que o desenvolvimento do país e a melhoria de condições de vida da população dependem de um sistema de educação superior “sólido e coerente, capaz de perspetivar o seu futuro para alem de ciclos governamentais”.

Rui Vieira de Castro discursava esta segunda-feira, no Salão Medieval da Reitoria, no Largo do Paço, no âmbito da celebração do 51º aniversário da instituição de ensino superior minhota.

Na presença de diversas figuras do contexto académico e político, nomeadamente o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, o reitor sustentou que “o desenvolvimento país, a melhoria das condições de vida das populações, o aprofundamento do sistema democrático, necessita de um sistema de instituições de educação superior sólido e coerente, e de instituições de ensino superior fortes, capazes de perspetivar o seu futuro para além dos ciclos orçamentais anuais e dos ciclos políticos”.

Em marcha está o processo de revisão do Regime Jurídico das Instituições de Educação Superior (RJIES). Rui Vieira de Castro lamentou que tenham passado tantos anos até que fosse retomado este dossier. O responsável aproveitou a ocasião para anunciar as expetativas da UMinho nesta matéria. Referindo que as universidades públicas “desenvolvem a sua ação com cada vez maior intensidade no contexto internacional e necessitam de instrumentos que não são meramente financeiros para reforçar a sua presença naquele contexto”, pediu “que se reforce a autonomia das instituições sem perder relevância e competitividade também no espaço europeu de ensino superior”, acrescentando que é “essencial a consagração de mecanismos de natureza programática, plurianual, com base em critérios de qualidade institucional, num quadro de responsabilização das universidades que lhes garanta previsibilidade e autonomia de gestão e que facilite investimentos estratégicos”.

“Não me parece credível a existência no nosso país de trinta universidades públicas”


Rui Vieira de Castro defendeu ainda “que se clarifique a natureza do sistema”. Notando que “ninguém duvida da necessidade que o país tem de um subsistema universitário forte e de um sistema politécnico também forte”, disse que “o que está em causa é encontrar-se um desenho de um sistema que não induza uma diluição dos dois subsistemas”. “Não me parece credível a existência no nosso país, por exemplo, de trinta universidades públicas”, evidenciou ainda.

Rui Vieira de Castro defende a fixação de critérios “exigentes e rigorosos para categorizar as instituições (…), como o número de estudantes, os tipos de cursos oferecidos, na qualidade e natureza da investigação desenvolvida, na atividade de inovação e em evidências de internacionalização no espaço europeu, será, porventura, um caminho capaz de contribuir para a qualificação do nosso sistema de ensino superior e das nossas instituições”.

Em atualização

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Elsa Moura
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