Dez utentes da Cerci Braga passam a viver em residências autónomas em maio

A celebrar dez anos de existência, a Cerci Braga inaugura, no próximo dia 1 de maio, duas residências autónomas para dez utentes. Trata-se de mais um passo na independência destes utentes com deficiência, parte deles já com uma vida profissional ativa, fruto das parcerias da instituição com algumas empresas da cidade.
Depois de a pandemia ter adiado esse “sonho”, a primeira resposta deste tipo arrancou em julho do ano passado através do arrendamento de uma casa. Agora, em 2021, a Cerci Braga acaba de adquirir dois apartamentos, na freguesia de S. Vicente, com o apoio de um casal de mecenas e de outras entidades, incluindo o município de Braga.
De acordo com Vera Vaz, presidente da Cerci Braga, as residências autónomas são respostas que comprovam a preocupação com a inclusão. “Estas residências funcionam com base num modelo de vida o mais independente possível”, começa por explicar. “Servem para aquilo que qualquer apartamento serve, para vivermos da forma mais autónoma possível, eles apanham os transportes públicos, fazem algumas compras, gerem o seu espaço, cozinham, arrumam a casa e vivem em comunidade com os seus pares”, completa.
Tudo começa com um “projeto teste” que “capacita as pessoas com deficiência e sensibiliza as famílias para este passo e para esta necessidade que se pode colocar”, afirma a dirigente em entrevista à RUM.
Vera Vaz refere que o processo formativo de dois meses permite aos pais sentirem que os filhos “estão seguros”.
Em cada apartamento ficam cinco pessoas. Os utentes, que trabalham ou passam o dia no Centro de Atividades Ocupacionais, são acompanhados ao final do dia e durante a noite por um monitor.
O passo do próximo sábado só foi possível com a solidariedade de um casal de mecenas, que “considerou que este projeto tinha os valores que consideravam importantes” e ofereceu um apartamento, conta. A Câmara Municipal de Braga também ajudou, à semelhança de várias empresas.
Entretanto, a Cerci Braga candidatou as residências a dois programas de apoio através da Segurança Social. Também com um prémio bancário arrecadado, nos próximos meses a gestão financeira desta resposta está garantida, mas é preciso prosseguir com este trabalho que exige um esforço financeiro “considerável”.
A Cerci Braga conta atualmente treze colaboradores com vínculo e outros como prestadores de serviços entre monitores ou terapeutas, de acordo com as necessidades dos mais de trinta utentes da instituição que tem lista de espera.
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