Distrital da JSD propõe limitação de mandatos para deputados e vereadores

O presidente da distrital de Braga da JSD defende que a limitação de mandatos para deputados seja uma realidade “tão rápida quanto possível”. O assunto foi debatido na última sessão do Conselho Distrital e reuniu unanimidade.
Os sociais-democratas, através do presidente do PSD, Rui Rio, já tinham defendido uma tese semelhante, em 2019, alargando o espetro aos vereadores das autarquias. Em relação a essa questão, existe um consenso amplamente favorável dentro da estrutura juvenil, mas não a 100%.
Em declarações à RUM, Cristiano Pinheiro considera “altamente razoável” que os deputados sejam abrangidos pela limitação de três mandatos, tal como acontece com os presidentes de câmaras municipais e de juntas de freguesia. O líder da distrital da JSD defende que, durante 12 anos, “uma pessoa tem mais do que tempo para conseguir pôr em prática as suas ideias e tentar mudar um bocadinho o mundo à sua imagem”.
Fazendo uma retrospetiva, o social-democrata alerta para o facto de, a cada mandato, “a Assembleia da República contar com deputados cada vez mais envelhecidos” e que isso tem levado à “perda de gerações políticas, que ficam sem possibilidade de dar o seu contributo”. “Temos ainda um problema de falta de democraticidade. Se olharamos para os sobrenomes de muitos dos deputados, vemos que se perpetuam. Por exemplo, tivemos o Cravinho pai e agora temos o Cravinho filho, que até integra o Governo”.
Outro assunto que esteve em cima da mesa na última sessão do Conselho Distrital, gerando menor consenso, foi a transversalidade de limitações. Cristiano Pinheiro argumenta que, caso se avance para a limitação de mandatos de forma isolada, é preciso discutir se se deve também colocar uma barreira intercargos. “Acontece muitas vezes que um presidente de junta faz três mandatos, vai depois para número dois e, passado um ou dois mandatos, volta a candidatar-se a líder da junta”, exemplifica.
A distrital de Braga da JSD pretende agora que estes assuntos sejam discutidos pela opinião pública para, eventualmente, a posteriori, passarem pelo crivo da Assembleia da República.
