ECUM insiste na melhoria dos laboratórios. Reitor aponta oportunidades do PRR

A presidente da Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) voltou a alertar para a necessidade de a academia minhota investir na melhoria dos laboratórios pedagógicos da unidade orgânica. Durante o discurso que marcou a cerimónia do 46º aniversário da escola, que devido à pandemia decorreu em formato digital, Manuela Côrte-Real voltou, como há um ano atrás, a evidenciar os efeitos do “subfinanciamento” da UMinho.
A presidente defende ser “essencial a melhoria das condições”, de modo a assegurar não só a qualidade do ensino experimental como a motivar os alunos a prosseguirem os seus estudos na ECUM.
Neste momento a unidade orgânica mais antiga da UMinho conta com cinco cursos breves, integra em dois cursos de mestrado em redes universitárias internacionais e conta com um doutoramento, em matemática aplicada, no âmbito da universidade sem fronteiras.
Contudo, o objetivo da escola passa por aumentar a sua cooperação quer a nível interno, com outras unidades orgânicas da academia minhota, como com universidades europeias, de modo a obter “graus conjuntos alicerçados em investigação de excelência”. Para cumprir com estas metas será premente o reforço e renovação do corpo docente.
A ECUM é uma das maiores escolas da UMinho. Tem cinco departamentos – Biologia, Ciências da Terra, Física, Matemática, Química – e integra sete subunidades de investigação: Centro de Biologia Funcional de Plantas (CBFP-BioISI), Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA), Centro de Ciências da Terra (CCT-ICT), Centro de Física (CF-UM-UP), Centro de Matemática (CMAT), Centro de Química (CQUM) e um polo do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP Minho). Assegura 11 cursos de licenciatura, 13 mestrados e 11 doutoramentos, sendo a qualidade do ensino e investigação suportada por 176 docentes de carreira, todos doutorados, 56 investigadores contratados e 43 trabalhadores técnicos, administrativos e de gestão.
No ano passado a ECUM viu aprovadas oito patentes, sendo que 10 encontram-se em diferentes fases de formalização. Em 2021, a unidade orgânica conta com 13 novos projetos. No total estão em curso 112 com um financiamento global na ordem dos 18 milhões de euros até 2023.
Plano de Recuperação e Resiliência pode ter oportunidades interessantes para os desafios da ECUM.
Na sua intervenção, o reitor da academia minhota voltou a sublinhar a urgência da UMinho, em especial a ECUM, avançar com a criação de novos cursos de curta duração. Ofertas que têm vindo a ser cada vez mais impulsionadas no contexto europeu, logo um caminho que “a UMinho e as suas escolas devem prosseguir”.
Uma importante resposta para alguns dos desafios da ECUM, pode ser o Plano de Recuperação e Resiliência. Segundo o reitor estarão disponíveis para projetos desenvolvidos pelas instituições de ensino superior cerca de 270 milhões de euros para projetos que devem ser executados entre 2021 e 2026.
“Pela primeira vez temos um horizonte possível de solução de algumas das dificuldades com que nos debatemos. Sabemos como tem sido difícil fazer investimentos nos laboratórios. Temos de organizar uma candidatura para os Programas de Promoção na Área da Educação e da Formação, sendo que também o programa deve ser sensível às nossas necessidades”, explica.
Quanto à situação do corpo docente da unidade orgânica e da própria UMinho no seu todo, o reitor comprometeu-se a “olhar de forma diferenciadora” para a situação. O assunto também foi analisado durante a reunião do Conselho Geral, esta segunda-feira. Rui Vieira de Castro anuncia que em breve o assunto será articulado entre a presidência da ECUM e a reitoria.
Neste momento, muitos docentes estão a chegar ao fim da sua carreira, portanto a UMinho tem rapidamente de “prever mecanismos de substituição atempada”. Mecanismos esses que serão “muito exigentes do ponto de vista financeiro”. Porém caso a UMinho não tome uma posição, os efeitos podem ser ainda piores.
