Bolsas podem ser a chave para diminuir taxa de abandono no ensino superior

A atribuição de mais bolsas pode ser a chave para a redução da taxa de abandono no ensino superior. A conclusão é do estudo “As mudanças nas políticas de acesso ao ensino superior durante a covid-19: impacto na equidade”, financiado pelo EDULOG, uma iniciativa da Fundação Belmiro de Azevedo.

De acordo com dados avançados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação, a taxa de abandono foi de 11,1% em 2022/23. Trata-se da taxa mais elevada dos últimos oito anos, sendo que aumenta há quatro anos consecutivos. A área de Educação é onde se observa a maior taxa de abandono. As taxas de abandono são mais altas nos mestrados, por outro lado, os cursos com maior proporção de alunos colocados na primeira opção tiveram menores taxas de abandono durante a pandemia.

São os estudantes do sexo masculino que mais optam por abandonar, assim como trabalhadores estudantes e que chegam por meio dos concursos especiais.


Em entrevista ao UMinho I&D, as coordenadoras do trabalho, Orlanda Tavares, do NIPE da Escola de Economia e Gestão, e Carla Sá, do CIEC do Instituto de Educação, concluem que quatro anos após a pandemia, o número de estudantes no ensino superior aumentou, mas foram “mais dos mesmos”, ou seja, os grupos tradicionalmente excluídos continuaram de fora. Para completar este perfil, as investigadoras referem que alunos oriundos de famílias em que são “os primeiros a frequentar o ensino superior têm maior probabilidade de abandonar”. Por outro lado, os estudantes bolseiros conseguem ter menos abandono”.

Recorde-se que em média estudar no ensino superior custa 900 euros por mês a cada aluno, segundo o estudo revelado esta quarta-feira, realizado pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), no âmbito do Projeto Europeu Eurostudent VIII, que contou com a participação de dez mil estudantes de universidades e politécnicos do país.

Investigadoras apontam a novo estudo sobre possibilidade de alargamento das bolsas de estudo que podem funcionar como um “mecanismo protetor do abandono” e assim auxiliar na redução da taxa no ensino superior, principalmente, no primeiro ano do curso.

No caso dos alunos do ensino profissional, estes transitam menos para as universidades e politécnicos, muito devido a más experiências no ensino regular. A ânsia em entrar no mercado de trabalho é outro dos fatores apontados, visto que necessitam de assegurar estabilidade financeira que tendem a não ter.

“A perceção que têm do ensino superior é de que não é uma mais valia. E mesmo que venham a necessitar de mais conhecimento, esse está à distância de um click”, explica Orlanda Tavares. 

Ora, neste sentido as investigadoras consideram premente uma intervenção junto quer dos estudantes e pais quer dos coordenadores de curso, de modo a fazer chegar mais informação, a título de exemplo, sobre a diferença salarial de profissionais com um TeSP – Titulares de Diploma de Técnico Superior Profissional ou apenas com o ensino secundário.


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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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