Eleições nos EUA. Três dias depois ainda não há vencedor

O mundo continua sem saber quem é o próximo Presidente dos Estados Unidos. Joe Biden continua a liderar as projeções, mas a votação está renhida em cinco estados considerados decisivos. No Arizona, estão contabilizados 90% dos votos. Biden segue com vantagem, mas a diferença para Trump é de menos de 50 mil votos.
No Nevada, a diferença é ainda mais pequena. Trump está em segundo lugar nas projeções, por pouco mais de 11.400 votos. Na Carolina do Norte, 76.000 votos separam Trump e Biden. É o actual Presidente norte-americano quem lidera a contagem.
Na Geórgia, Donald Trump também segue à frente, mas viu a margem para o adversário diminuir para perto dos dois mil votos. Falta ainda contar os votos do Condado de Clayton, uma zona tradicionalmente democrata. Joe Biden pode, pela primeira vez em quase 30 anos, virar este estado que tende a ficar pintado de vermelho.
Já na Pensilvânia, que de entre estes cinco estados é o que tem mais votos no colégio eleitoral, Trump chegou a ter uma larga vantagem para Biden, mas tem vindo a perder terreno. O republicano continua, no entanto, à frente, mas a diferença é de menos de 1%.
Sem estes dois estados, Geórgia e Pensilvânia, Donald Trump não consegue encontrar caminho para os 270 votos do colégio eleitoral. No entanto, ainda está tudo em aberto e os votos continuam a ser contados.
TRUMP DIZ QUE ESTÁ A SER VÍTIMA DE FRAUDE
Donald Trump admite levar o resultado das eleições americanas ao Supremo Tribunal e insiste que está a ser vítima de fraude.
O actual Presidente dos Estados Unidos disse esta quinta-feira que venceria facilmente as presidenciais se contabilizassem “os votos legais”, advogando que está a ser ‘roubado’, sem apresentar, no entanto, quaisquer evidências.
“Se contarmos os votos legais vencemos facilmente, mas se contarmos os votos ilegais poderão tentar roubar-nos as eleições”, disse o chefe de Estado norte-americano, em conferência de imprensa na Casa Branca, em Washington.
Na noite de quinta-feira, Trump referiu inúmeras vezes que estava a ser ‘roubado’ e que havia tentativas do partido democrata de adulterar a contagem dos boletins de voto para impedir a vitória republicana. Contudo, durante o discurso Trump não apresentou quaisquer evidências que sustentassem as acusações que fez.
O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) terminou a conferência de imprensa e abandonou o púlpito sem intenção de responder às questões que os jornalistas estavam a tentar fazer.
Algumas das principais estações de televisão dos Estados Unidos, como ABC, CBS e NBC, cortaram o discurso do Presidente no horário nobre, enquanto a Fox News, referência informativa do Partido Republicano, desmentiu as alegações de Donald Trump.
A divisão no canal de notícias conservador está a aprofundar-se cada vez que Trump repete as alegações de fraude eleitoral.
“Não vimos nada que constitua fraude ou abuso do sistema”, disse o correspondente da Casa Branca para a Fox News, John Roberts, em direto, da mesma sala de imprensa em que o Presidente falara segundos antes.
Nos estúdios, em Nova Iorque, os apresentadores repetiam continuamente. “Não vimos nenhuma prova”.
Horas depois, em programas de opinião noturnos, a apresentadora da Fox News, Laura Ingraham, deu uma volta de 180 graus e questionou num editorial o facto do voto pelo correio ser contado, afirmando que “a América deve encontrar o vencedor na noite das eleições ou na manhã seguinte”.
SIC
