Encontros da Imagem prometem perturbar e desafiar o público
A 31ª edição dos Encontros da Imagem quer “perturbar” e desafiar os visitantes a refletirem sobre os temas que compõem o Génesis 2.1. Desigualdade, violência, migrações e alterações climáticas, são alguns dos véus que foram levantados a partir das 47 exposições resultantes do trabalho de 64 fotógrafos mundiais.
Pelo quarto ano consecutivo, a Universidade do Minho é parceira do evento com 14 exposições na Galeria do Paço, na Escola de Medicina, nos espaços B-Lounge dos campos de Gualtar e Azurém e no Museu Nogueira da Silva.
Emocionado, Carlos Fontes, diretor do festival, adiantou à RUM que o caminho da iniciativa não passará, a curto prazo, por uma nova expansão para territórios vizinhos, mas sim pelo “aumento da sua qualidade”. Contudo, para isso serão necessários mais apoios monetários, em particular do Ministério da Cultura e da Câmara Municipal de Braga. No total, os Encontros da Imagem contam com um orçamento de 200 mil euros, sendo que 15 mil provêm da academia minhota e 35 mil do Município de Braga.
Para o responsável, esta edição reserva várias “surpresas”, que podem ser perturbadoras utilizando, por vezes, um lado mais poético. Um dos exemplos destacados pelo diretor é “Holy”, de Donna Ferrato que está patente na Casa dos Crivos. Uma exposição que partilha, em fotografias, a violência para com as mulheres que mesmo assim conseguem “reivindicar a sua dignidade”.
Galeria do Paço espera receber cerca de 7 mil visitantes.
Os Encontros da Imagem são um evento simbólico para a academia minhota, visto que em 2018, foi com este evento que a Galeria do Paço abriu portas. Hoje, a missão da UMinho passa por levar o que de melhor se faz ao nível da fotografia e artes visuais aos estudantes e curiosos.
Na ótica da vice-reitora para a Cultura e Sociedade, Manuela Martins, os Encontros da Imagens trazem, além do valor estético e do belo, um “conteúdo forte”. Nas paredes da Galeria do Paço existem referências à conquista de territórios da parte do Daesh, mas também lembra um dos episódios mais negros da história da humanidade, o Holocausto.
“Que futuro nos espera?”, é uma questão com a qual a humanidade tem de se confrontar.
Segundo a vice-reitora avançou à Universitária, a retoma dos visitantes à Galeria do Paço tem sido “significativa”, contudo não foram ainda atingidos os números de 2019.
Quanto às expetativas para esta 31ª edição dos Encontros da Imagem, Manuela Martins diz estar convicta que o evento irá cativar aproximadamente 7 mil visitantes.
O Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais está presente nas cidades de Braga, Barcelos, Guimarães e Porto. O programa prevê projeções, workshops, ciclos de cinema, prémios de fotografia, edições de livros e atividades online, como leituras de portefólios ou debates.
