“Entrevista Cognitiva Melhorada” pode chegar em breve a Portugal

Está a ser preparado um projeto europeu para a introdução da “Entrevista Cognitiva” nas polícias dos 27. Esta técnica já é utilizada nos Estados Unidos da América, Inglaterra, Gales e Nova Zelândia. A Escola de Psicologia da Universidade do Minho, através de uma tese de doutoramento, contribuiu para a melhoria desta “Entrevista Cognitiva” com uma nova etapa.


“Sabemos que somos melhores a recordar informação se esta estiver organizada de acordo com determinado tipo de categoria, por exemplo, se apresentar um conjunto de palavras que denominam países, cores ou metais e estas estiverem todas baralhadas. A recordação de uma pessoa será melhor se perceber que faz parte dessa categoria”, explica o investigador do Centro de Investigação em Psicologia, Pedro Albuquerque, aos microfones do UMinho I&D.


“A entrevista cognitiva é o expoente máximo da aplicação da investigação básica na área da memória ao domínio forense”, afirma.


Portugal não utiliza esta técnica, algo que poderá mudar em breve, visto que estão a ser criados grupos de trabalho sobre esta matéria no âmbito de um projeto europeu.

“Há um projeto europeu para que a entrevista cognitiva seja disseminada entre as polícias europeias e, em Portugal, há alguma formação no sentido de mostrar como é que é a entrevista funciona, mas eu não tenho conhecimento de que haja um treino específico continuado. Estão, sim, a ser constituídas equipas e Portugal também tem já elementos”, avança.

Esta técnica pode, de acordo com o investigador, ajudar a perceber quando uma testemunha cooperante, por algum motivo, está a mentir. Para detetar estes casos, é utilizada uma técnica que obriga as testemunhas a relatar os acontecimentos numa ordem inversa. 

O docente da Escola de Psicologia acredita que ainda há margem para melhorar a Entrevista Cognitiva, nomeadamente, quando o foco são crianças, visto que as polícias estão a lidar com “mundos e formas de organizar ideias de uma forma diferente” dos adultos. Perguntas mal formuladas, o tipo de linguagem utilizada ou a tentativa de organizar as ideias das crianças pode interferir de uma forma negativa. 

“Estamos a forçar a criança o que pode originar memórias falsas. O cuidado tem de ser muito grande”, realça. 


– A ENTREVISTA COMPLETA AO UMINHO I&D JÁ ESTÁ DISPONÍVEL AQUI – 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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